Dólar rompe os R$ 5,00, mas prêmio no porto segura queda mais forte da soja
Mesmo com o câmbio rompendo o suporte dos R$ 5,00, a soja brasileira ainda não se desvalorizou com força, e parte desta resistência vem do prêmio nos portos que já está a US$ 1,30/bu.
Milho 
A semana se inicia com a contínua pressão da safra sobre o mercado interno brasileiro de milho, as negociações do cereal em São Paulo já são registradas abaixo dos R$ 48,00/sc. A força da safra se junta a forte depreciação do real frente ao dólar, e com isso, o milho não consegue se sustentar. No Paraná e em Mato Grosso a colheita já ultrapassa a casa dos 4% e com grande parte do milho entrando em maturação nos próximos dias, o volume colhido deve aumentar com força.
Nos EUA, o clima favorece o bom andamento da safra e a expectativa é que continue assim pelos próximos dias. Ainda assim, o contrato com vencimento para julho/20 inicia a semana cotado a US$ 3,31/bu, valor de abertura que não era visto a mais de 45 dias nos EUA. A melhora na cotação do petróleo, tem puxado os valores do etanol, tornando assim o milho mais demandado.
Boi gordo 
A primeira semana de junho puxou as indicações do boi para cima nas principais praças brasileiras. Com maior dificuldade em adquirir matéria-prima, as indústrias começaram a reajustar positivamente as ofertas. Os principais fatores são: a retenção dos animais nas pastagens, que ainda oferecem suporte de matéria-verde, e a menor participação das fêmeas nos abates, virando a chave do ciclo pecuário.
Vale a pena ressaltar, que até aqueles frigoríficos atendem o mercado externo tiveram que subir os preços ofertados para pode preencher suas escalas. Aos poucos a oferta dá sinais de diminuição no país, trazendo mais pressão sobre a oferta de animais no curto prazo.
Soja 
Com o dólar iniciando a semana abaixo dos R$ 5,00, a soja brasileira se apoia na valorização do prêmio e da CBOT para continua acima dos R$ 105,00/sc. O prêmio no porto de Paranaguá fechou a sexta-feira cotado a US$ 1,30/bu, 11% maior que o registrado a uma semana atrás. O farelo de soja no Brasil continua sustentado no país, sendo cotado próximo dos R$ 1.550,00/t na região central do país, a oferta reduzida pesa nas cotações do farelo.
Após ter encerrado a última sexta-feira (05/jun) com alta de 3,27% nas cotações, a soja na CBOT inicia esta semana de olho no relatório de oferta e demanda do USDA que será divulgado na quinta-feira (11/jun). O mercado continua de olho na demanda chinesa pela oleaginosa norte-americana, no entanto, a notícia de consecutivas vendas nos últimos dias tem dado sustentação para as cotações.
Agrifatto