Milho

As negociações para as exportações brasileiras continuam aquecidas, especialmente para atender mercados da Ásia e da Europa, com os portos do arco Norte ganhando protagonismo cada vez maior.

E considerando o surto de peste suína africana (PSA) na China, desconfia-se que o aquecimento das negociações com o milho para esses destinos, seja para atender a demanda por proteínas vivas para a China, que que deverá se ampliar no médio prazo em consequência da PSA.

Além disso, a Argentina também já se mostra como importante concorrente a disputar o mercado internacional, após registrar uma quebra de safra na temporada anterior, as vendas do país vizinho estão bastante aceleradas na temporada atual.

De acordo com o boletim desta semana da Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a comercialização argentina para exportação e para o setor industrial, alcançou 20 milhões no início deste mês.

Para se ter uma ideia, no ano passado, apenas em dezembro a Argentina alcançou essa proporção de comercialização, com interferência também da quebra de safra em 2017/18.

E na B3, as cotações continuam com correções técnicas no início deste pregão (07/jun), com as quedas balizando o cereal em torno de R$ 36,50/sc para os contratos de julho e setembro/19.

Boi gordo

As plantas frigoríficas que retomaram as compras nesta semana apresentaram indicações menores e não encontram volume significativo de animais.
Em São Paulo (SP), praça de referência na formação de preços e com maior número de plantas habilitadas a exportar para a China, o impacto dos preços foi maior. A arroba à vista em SP recuou 2,91% no comparativo semanal.
Na média dos estados levantados pela Agrifatto, a arroba recuou 1,56% em uma semana. As escalas recuaram, mas ainda dão tranquilidade para a indústria na aquisição de matéria-prima, ao menor no curtíssimo prazo.
Entretanto, nas indicações testadas pelos frigoríficos, pecuaristas evitam entregar animais, e as cotações podem se recuperar, ao menos parcialmente, nos próximos dias.
Ao mesmo tempo, espera-se que a situação com a China se normalize no curto prazo, aumentando o escoamento de carne bovina que está sendo redirecionada ao mercado interno, obrigando as indústrias a comprarem volumes maiores, dando fôlego às cotações.
Ontem (06/jun), o indicador Esalq/B3 ficou em R$ 145,05/@, queda de 0,31% no comparativo diário.
No mercado futuro da B3, o vencimento junho/19 recuou 0,17% e fechou em R$ 148,75/@. Já o contrato para outubro/19 avançou 0,54% e encerrou o dia em R$ 159,40/@.

Soja

Já as negociações nos portos brasileiros para exportação com a soja se mostraram mais frias nos últimos dias.

Os embarques com o grão brasileiro que ainda estavam aceleradas nos primeiros meses deste ano, já se mostraram menores em abril e em maio. Em abril, o país enviou 10,05 milhões de toneladas – um volume 1,5% menor ante o mesmo mês em abril/18.

Em maio deste ano, o país embarcou 10,52 milhões de toneladas, queda de 3% em relação ao mesmo mês no ano passado.

As exportações menores refletem o menor apetite chinês, que enfrenta um grave surto da peste suína africana, interferindo na sua produção animal.

Entretanto, mesmo com demanda asiática mais fraca, a ausência dos Estados Unidos na comercialização com a China ainda mantém os prêmios brasileiros sustentados. E assim, as premiações buscam retomar os maiores patamares do ano.

Para exportações em setembro/19, os prêmios ficam ao redor de US$ 1,30/bushel. O maior valor alcançando neste ano ficou em US$ 1,35/bushel na metade de maio.