Chicago ficando barato?
O milho na B3, que vinha registrando altas desde o início do mês, volta a recuar, pressionado por Chicago, que opera nas mínimas do ano nos contratos futuros.
Milho 
A cotação do milho no mercado físico encerrou a última quarta-feira (06/08) com desvalorização de 0,53% frente ao dia anterior, com a saca cotada a R$ 63,67 na praça de Campinas/SP. Na B3, os contratos futuros do cereal seguem devolvendo os ganhos das semanas anteriores, com influência direta da pressão vinda de Chicago. O contrato setembro/25 (CCMU25) fechou em queda de 0,30% em relação ao pregão anterior, negociado a R$ 65,54 por saca.
Em Chicago, a tendência de baixa segue firme, repetindo o comportamento observado neste mesmo período em 2024. O mercado continua pressionado pelos fundamentos, como o bom desenvolvimento da safra 25/26 nos EUA e o avanço da colheita de inverno no Brasil. O contrato setembro/25 (ZCU25) caiu 0,46%, cotado a US$ 3,8125 por bushel.
Boi gordo 
Em um cenário de recuperação do preço do boi gordo, devido a menor oferta de animais ao abate, todas as praças pecuárias monitoradas registraram avanço. O destaque ficou por conta do Tocantins, que apresentou avanço diário de 1,19%, sendo precificada em R$ 282,53/@. No mercado futuro, a B3 encerrou o pregão em cenário pessimista: o contrato com vencimento em outubro de 2025 teve queda de 1,00% na comparação diária, sendo negociado a R$ 331,00/@.
A China adiou para novembro a conclusão da investigação de salvaguarda, postergando uma possível aplicação de tarifas adicionais às exportações brasileiras. A decisão, inicialmente prevista para agosto, alivia temporariamente a pressão sobre os frigoríficos nacionais, especialmente em um período forte para as exportações à China (setembro a novembro). Caso as tarifas fossem aplicadas agora, agravariam o cenário da indústria, que já enfrenta restrições no mercado dos EUA desde a era Trump. Embora outros países também sejam afetados, o impacto para o Brasil seria mais severo por se tratar do principal destino da carne bovina brasileira.
Soja 
No mercado interno, a soja também foi pressionada pelas quedas em Chicago, com recuo de 1,52% frente ao pregão anterior, e a saca negociada a R$ 138,83 na praça de Paranaguá/PR. O dólar futuro segue valorizado, com oscilações mistas nos últimos pregões. O contrato de agosto/25 (DOLQ25) avançou 0,67%, cotado a R$ 5,602.
Na Bolsa de Chicago, os futuros da soja e seus derivados encerraram o dia em baixa nos contratos mais curtos. A ausência do principal importador, a China, continua pesando sobre os preços, enquanto o bom andamento da safra norte-americana adiciona pressão. O contrato agosto/25 (ZSQ25) recuou 0,77%, cotado a US$ 9,6150 por bushel.