O peso dos fundamentos
Os futuros de soja e milho voltaram a acumular perdas ao longo da última terça-feira tanto em Chicago quanto na B3. Entre os principais direcionadores, destacam-se as boas condições das lavouras norte-americanas e as questões envolvendo as retenciones na Argentina, principal exportador mundial dos derivados da oleaginosa
Milho
O mercado doméstico do cereal resiste à queda da precificação de exportação com dólar e CBOT no campo negativo, mantendo a referência Campinas/SP nos patamar de R$59,50/sc. Reagindo ao movimento de baixa tanto do dólar frente ao real quanto das cotações da commodity em Chicago, os futuros de milho finalizaram a terça-feira no campo negativo na B3. O contrato para setembro/24 (CCMU24) retrocedeu 2,24% e fechou o pregão regular de 06/08 cotado a R$ 60,32/sc.
Influenciados pela queda de todo o complexo soja na Bolsa de Chicago e pela ausência de riscos significativos para a safra de milho dos EUA, estimada pelo USDA acima de 383 milhões de toneladas em 2024/25, os futuros do cereal acumularam perdas durante a última terça-feira. O contrato de milho para setembro/24 (CU24) recuou 0,51% e terminou a sessão diurna de 06/08 cotado a US$ 3,89/bu.
Boi gordo
Mais um dia de pressão positiva para os preços do boi gordo no Brasil. A oferta mais enxuta faz com que as cotações do animal continuem a se valorizar, principalmente nas praças interioranas. O destaque foi para o Paraná, com acréscimo de 1,54% no comparativo diário, e o boi gordo cotado a R$ 230,50/@. Na B3, todos os contratos passaram por variações positivas e com isso o vencimento para ago/24 registou incremento de 0,55%, ficando precificado a R$ 238,30/@.
No campo das exportações, o mês de jul/24 entrou para a história. Foram embarcadas 237,27 mil toneladas de carne bovina in natura no último mês, destacando um acréscimo de 47,56% em comparação a jul/23. Nos três últimos dias do mês o volume exportado foi de 21,65 mil toneladas, o que resultou em uma média diária de 7,22 mil toneladas. Com esses resultados a receita total obtida em jul/24 foi de US$ 1,05 bilhão, a maior receita de 2024.
Soja
A referência Paranaguá/PR ganha suporte dos prêmios de exportação, elevando a indicação para R$140,00/sc diante da queda em Chicago e do dólar.
Quedas superiores a 1% voltaram a ser registradas para os futuros do grão de soja nesta terça-feira na CBOT. A possibilidade de corte ou redução nas retenciones (impostos sobre a exportação de produtos agrícolas) do complexo soja na Argentina, juntamente com a melhora das condições das lavouras norte-americanas, resultou no movimento negativo para os futuros da commodity. O contrato futuro de soja para novembro/24 (ZSX24) desvalorizou 1,35% e encerrou a sessão regular de 06/08 cotado a US$ 10,27/bu.