Pedra, papel, tesoura e tarifa
A semana encerra pesada com a soja CBOT refletindo o jogo das tarifas entre China e EUA, influenciada também pela queda forte no petróleo e óleo de soja. A isenção do México e do Canadá do pacote de taxas deram fôlego ao milho. No Brasil, câmbio explode como contrapeso aos preços.

Milho

No mercado paulista, o milho encerrou a semana em baixa, desvalorizando mais 0,22% no último dia 04/04, com a saca alcançando R$ 84,63. Nesta sexta-feira, as cotações futuras de milho fecharam a semana em queda. Apesar do movimento contrário na CBOT, a forte alta do dólar, a pressão de oferta da safra de verão e as boas expectativas para a segunda safra pressionaram os preços. O contrato de vencimento mais próximo, maio/25 (CCMK25) recuou 0,30%, encerrando o pregão regular a R$ 76,40/sc.

Em direção oposta, as cotações futuras de milho em Chicago encerram a sexta-feira em alta. O mercado tem bons olhos para as exportações para o México e Canadá, pois ambos ficaram de fora do pacote de taxas do governo Trump. O contrato maio/25 (ZCK25), encerrou o pregão regular subindo 0,6%, cotado a U$ 4,60/bu.

Boi gordo 

A primeira semana de abril encerra com movimentações positivas para o mercado do boi gordo. A praça que se destacou foi Paraná, que teve seu preço em torno de R$ 315,00/@. Na B3, o dia encerrou com baixas, sendo a maior desvalorização (1,21%) para os contratos de abr/25, os quais ficaram cotados em R$ 323,00/@.

Nessa semana, as escalas de abate caíram em média 1 dia útil, fechando em 6 dias, o menor nível desde nov/24. Com pastagens em boas condições e bom escoamento da carne, o pecuarista segurou a oferta, pressionando a indústria. O Pará teve a maior queda, com redução de 2 dias. Mato Grosso e Tocantins também recuaram 1 dia. A expectativa para a quinzena é de escoamento aquecido, favorecido por uma população com maior poder de compra.

Soja

No mercado interno, após quedas consecutivas, a saca registrou leve valorização de 0,69% no último dia 04/04, alcançando R$ 132,68. Esse movimento refletiu a forte alta do dólar, que influencia as exportações para os produtores brasileiros.

Cotações futuras da soja fecham a semana em forte queda nesta sexta-feira em Chicago. A taxa retaliatória imposta pela China sobre os EUA trouxe incertezas em relação aos negócios para a oleaginosa entre os dois parceiros. A continuidade na forte queda para as cotações do petróleo e óleo de soja e a recuperação do dólar frente a outras moedas fortaleceram o movimento. O contrato futuro de soja grão, maio/25 (ZSK25), despencou 3,41 %, finalizando o pregão regular a U$ 9,77/bu.