Milho
A tensão entre EUA e Irã tem grande potencial de mexer com o mercado de milho aqui no Brasil.
Desde a nova escalada entre os dois países no dia 03/janeiro deste ano, o petróleo Brent ganhou novo fôlego, chegando a alcançar US$ 70,74/barril ontem pela manhã (06/jan). Mas perdeu força e fechou subindo 0,45%, em US$ 68,91 o barril.
A situação no Oriente Médio deve se deteriorar no caso de nova escalada das tensões na região, o que amplia os riscos de oferta mundial de petróleo. Neste cenário, o milho tende a ganhar pressão positiva em Chicago, já que o combustível fóssil mais caro favorece a competitividade do etanol de milho.
Portanto, a nova disputa no Oriente Médio que marca este início de 2020 entra como novo fator para agitar os preços do milho, e que deve contagiar positivamente os valores do cereal brasileiro.
Boi gordo
As exportações totais de carne bovina em 2019 alcançaram um novo recorde, somando 1,85 milhão de toneladas (incluindo o produto in natura e processado), informou a Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne).
O volume superou em 12,4% o recorde alcançado no ano anterior, com o faturamento também atingindo recorde de US$ 7,58 bilhões – alta anual de 15,5%.
O volume foi impulsionado pela demanda da China, uma das regiões mais afetadas pelo surto de Peste Suína Africana (PSA).
O mercado chinês importou 7% de toda carne bovina brasileira, se tornando o principal destino desta proteína. Foram importadas 494,08 mil toneladas (alta de 53,2% frente o volume importado em 2018).
Em 2020, a expectativa da Abiec é de continuidade de crescimento das exportações brasileiras de carne bovina, calcula-se expansão de 13% do volume exportado, atingindo 2,06 milhões de toneladas. As altas devem ser puxadas pela possível habilitação de novas plantas para a China e pela abertura de novos mercados.
Soja
Os contratos em Chicago oscilam de forma mista, com o mercado mostrando aversão ao risco após os acontecimentos envolvendo EUA e Irã, mas também com otimismo sobre avanço das relações sino-americanas.
Desde que os novos episódios envolvendo EUA e Irã aconteceram no dia 03 de janeiro, as cotações da soja recuaram em Chicago, em um movimento de aversão ao risco, e ainda não conseguiram retomar os seus patamares mais altos.
Um cenário que pode oferecer novo fôlego a soja em Chicago fica para a expectativa de novas compras chinesas nos próximos dias, especialmente com os números de embarques menores nas últimas semanas.
No mercado doméstico as negociações avançam pouco, com os preços sendo praticamente preservados na maioria das praças brasileiras. O último indicador do CEPEA do Paraná se ajustou em -0,22% para R$ 82,83/sc.