Dólar cai, mas milho se segura
Forte recuo na moeda norte-americana pelo segundo dia consecutivo trouxe preocupações ao mercado, no entanto, preços continuaram firmes.
Milho
Puxado pelo dólar, o preço do milho no mercado físico paulista recuou levemente na quinta-feira, saindo da referência dos R$ 82,00/sc e se estabelecendo próximo dos R$ 81,50/sc. Apesar da queda, a pressão segue com os compradores, que aos poucos vão cedendo à pressão de adquirir milho acima dos R$ 80,00/sc. Na B3, o vencimento para novembro/20 fechou o dia cotado a R$ 82,81/sc, subindo 0,69%.
Em Chicago, o dia foi de forte movimentação para cima, com o contrato para dezembro/20 na CBOT chegando a valorizar quase 3% durante a manhã da quinta-feira, no entanto, ao fim do dia a alta foi de apenas 0,99%, com tal vencimento fechando cotado a US$ 4,09/bu. O reporte do USDA indicando vendas semanais de 2,61 milhões de toneladas na última semana foi o que deu margem para a alta do mercado. As vendas externas de milho norte-americano já dobraram em relação à safra passada.
Boi gordo
A quinta-feira, tipicamente dia da semana mais movimentado no mercado atacadista de carne bovina, decepcionou. O fluxo de saída de carne bovina foi aquém do esperado, barrando altas mais incisivas nos preços praticados. Neste ambiente, a carcaça casada bovina encerrou o dia cotada a R$ 18,00/kg, alta semanal de 1,12%, emplacando mais um recorde nominal. Nos últimos 30 dias, o boi casado avançou 11,11%, saindo da casa dos R$ 16,00/kg e chegando aos patamares que vemos hoje.
No mercado de boi gordo, o cenário é otimista, visto que a chegada dos animais de confinamento, formada principalmente por lotes pequenos, não conseguiu suprir a demanda existente. A oferta limitada continua ditando o ritmo das negociações e, consequentemente, altas dos preços. Na B3, o contrato de novembro/20 ultrapassou mais uma vez a casa dos R$ 290,00/@, encerrando o dia cotado a R$ 291,05/@ um ganho diário de 0,40%. Já o dezembro, fechou em R$ 294,95/@, alta de 0,36% ante a véspera.
Soja
Em dia de queda no dólar e alta em Chicago, o mercado brasileiro da oleaginosa se focou nos EUA e firmou mais uma alta, buscando os R$ 169,00/sc em grande parte do país. A pressão em Chicago é positiva, no entanto, os negócios no Brasil são extremamente reduzidos pela falta de oferta de soja, não à toa, importamos dos EUA.
O clima relativamente seco no Brasil em conjunto com uma demanda externa ativa deu espaço para que a soja avançasse 2,11% na CBOT, rompendo o patamar dos US$ 11,00/bu no vencimento para novembro/20. O mercado norte-americano visualiza com cada vez mais certeza de que a soja deve permanecer com preços firmes.
Agrifatto