Quem vai levar?
Mais uma semana se inicia com intensa disputa entre frigoríficos e pecuaristas e boi gordo ainda se valorizando.
Boi gordo
De um lado, os frigoríficos, com um volume significativo de contratos a termo e de animais confinados; do outro, os pecuaristas, “amparados” pelo ritmo acelerado das exportações nas últimas semanas e pela diminuição do abate de fêmeas. Diante deste cenário, as cotações se mantiveram estáveis na maior parte do país na comparação diária. Goiás se destacou na comparação semanal, registrando uma alta de 1,43%, com a arroba precificada em R$ 221,89. Já na B3, todos os contratos tiveram ajustes positivos, com o vencimento para ago/24 apresentando uma alta de 0,23%, ficando precificado a R$ 237,00/@.
Outro fator que merece destaque é o ganho de competitividade que o boi gordo brasileiro tem adquirido devido à desvalorização cambial nas últimas semanas. O dólar fechou a última quinta-feira (01/08/24) a R$ 5,75, o maior nível de fechamento desde o dia 09/03/21. Com o dólar mais valorizado frente ao real, o boi brasileiro (pago em reais) cai ainda mais em dólares, ou seja, quem adquire nossa carne bovina (boi gordo) em dólares está pagando em torno de US$ 40,00/@, um dos menores níveis desde mai/20 e também o menor preço entre os grandes exportadores de proteína bovina do mundo. Para mais detalhes, acesse nosso relatório (https://tinyurl.com/fapecuario).
Milho
O mercado paulista do milho abre a semana com a força preponderante de oferta, com a referência de preços próxima aos R$59,00/sc. Pequenas oscilações de baixa foram observadas para os futuros de milho neste início de semana na B3, reagindo à elevada volatilidade do dólar ante o real e ao movimento dos futuros da commodity na CBOT. O contrato para setembro/24 (CCMU24) variou -0,21% e fechou o pregão regular de 05/08 cotado a R$ 61,70/sc.
Após o USDA reportar que as inspeções para embarques de milho dos EUA até a semana encerrada em 01/08 alcançaram 1,213 milhão de toneladas, acima da semana anterior e do mesmo período de 2023, os futuros do cereal encerraram a segunda-feira em território positivo na Bolsa de Chicago, influenciados também pela valorização do trigo e da soja. O contrato de milho para setembro/24 (CU24) oscilou +1,10% e finalizou a sessão diurna de 05/08 cotado a US$ 3,91/bu.
Soja
Com fatores de precificação encerrando o dia no campo positivo, os preços da oleaginosa no mercado brasileiro iniciam a semana com valorização. A precificação reportada em Paranaguá/PR volta a se aproximar dos R$140,00/sc.
Em um dia marcado por grande volatilidade, os futuros do grão de soja registraram altas superiores a 1% nesta segunda-feira em Chicago, onde os agentes monitoram a indicação de chuvas abaixo da média para importantes regiões produtoras dos EUA no curto prazo. Acompanhando o movimento positivo do farelo, o contrato futuro de soja para novembro/24 (ZSX24) avançou 1,31% e terminou a sessão regular de 05/08 cotado a US$ 10,41/bu.
Valorizações superiores a 2% chegaram a ser contabilizadas para os vencimentos mais longos do farelo no dia de ontem na CBOT. O contrato para dezembro/24 (ZMZ24) acelerou +2,22% e foi precificado a US$ 331,80 / tonelada curta.