Com a força da 2ª safra, milho rompe o suporte dos R$ 43,00/sc na B3
Apesar da colheita ainda avançar a passos lentos, a pressão da 2ª safra chega nos contratos futuros e vencimento para setembro/20 já é negociado abaixo dos R$ 43,00/sc.
Milho
O mercado físico do milho segue sua curva de desvalorização, em São Paulo, a cotação média do cereal já fica abaixo dos R$ 49,00/sc. Em Mato Grosso, onde a colheita deve ficar em torno de 5% ao fim dessa semana, o milho já é negociado abaixo dos R$ 35,00/sc. A pressão também afeta as negociações no mercado futuro, já que na B3 o vencimento setembro/20, depois de 41 dias, voltou a ser negociado abaixo dos R$ 43,00/sc.
A produção de etanol segue se recuperando nos EUA, no entanto, longe ainda dos patamares pré-coronavírus, a produção atingiu na última semana 765 mil barris por dia, aumento de 6% frente aos números da semana passada. Para chegar ao volume médio produzido em fevereiro/20, a produção de etanol precisa avançar 37%. Com essa recuperação lenta, o milho nos EUA se movimenta de lado, e a cotação do cereal se estabelece na casa dos US$ 3,24/bu.
Boi gordo
O cenário começa a mudar, as programações de abate começaram a encurtar com a chegada de junho, relacionado principalmente a escassez de animais prontos para abate. Além disso, como resultado da virada de ciclo pecuário há uma maior retenção de fêmeas para reposição, acarretando na dificuldade na aquisição de boiada pela indústria nesta entressafra.
Os frigoríficos estão sentindo a necessidade injetar pequenos acréscimos nas indicações da arroba para conseguir adquirir matéria-prima, mas ainda assim, a alta é pontual em algumas regiões. Em São Paulo, as escalas de abate encerraram a quarta-feira (03/jun) com 6 dias úteis, demonstrando uma variação negativa de 22% na comparação semanal.
Soja
Sem dar descanso, o dólar vai minando qualquer valorização que a soja brasileira poderia ter registrado nos últimos dias. A divisa norte-americana fechou o dia com queda de 2,56% frente ao real, ficando cotada à R$ 5,09. Com tal desvalorização, uma janela para a compra de insumos se abre para os sojicultores brasileiros e a venda de soja que havia se adiantado muito nos últimos meses começa a frear.
Aos poucos a soja norte-americana vai ganhando protagonismo no mercado internacional, a valorização do real tem deixando a oleaginosa dos EUA mais atrativa aos olhos dos compradores internacionais e com isso, os vencimentos futuros na CBOT registraram valorizações ontem, o contrato para julho/20 encerrou o dia com alta de 0,82%, ficando cotado a US$ 8,58/bu. Vendas de soja para destinos não revelados animam o mercado norte-americano, mas a cautela ainda segue no radar.
Agrifatto