Virada de chave para o plantio nos EUA?
Futuros de soja e milho apresentam elevada volatilidade em Chicago após dados de estoques trimestrais e intenções de plantio em 24/25 nos EUA. Na B3, o futuro de dólar para mai/24 avança e encerra a semana acima dos R$ 5,03
Milho
Durante a última quinta-feira, a referência de preços do milho base Campinas/SP seguiu recuando diante do menor interesse por parte dos compradores, sendo cotada levemente abaixo dos R$ 62,00/sc. Reagindo à forte valorização dos futuros do cereal em Chicago durante a última quinta-feira e também ao avanço da taxa de câmbio no Brasil, os futuros de milho registraram altas superiores a 1% na B3. O contrato mai/24 (CCMK24) valorizou 1,01% e encerrou o pregão regular de 28/03 cotado em R$ 60,30/sc.
Após o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) reportar uma redução (4,87%) acima da média esperada pelo mercado em relação à área plantada de milho nos EUA em 2024 no comparativo com o ano anterior, além dos estoques trimestrais do cereal até 01/mar/24 ficarem um pouco menores do que o previsto pelos analistas, os futuros da commodity contabilizaram altas superiores a 3% em Chicago. O futuro de milho para mai/24 (CK24) acelerou +3,57% e fechou a sessão de 28/03 cotado em US$ 4,42/bu.
Boi Gordo
O mercado físico encaminha-se para o fim da semana apresentando reações nas cotações. Apesar dos frigoríficos ainda manterem uma postura cautelosa nas negociações, as chuvas que atingem grande parte do país deram vantagem aos pecuaristas para segurarem mais seu gado, com as pastagens em boas condições, o que afetou positivamente as cotações da arroba. Mato Grosso do Sul registrou valorização de 0,9% na comparação diária, com o boi gordo cotado em média a R$ 217,80/@. Na B3, os futuros deram um passo para trás e registraram desvalorização em quase todos os contratos, o vencimento para abr/24 teve queda de 0,37% e ficou cotado a R$229,10/@.
Diante de um cenário em que pecuaristas e frigoríficos enfrentam uma batalha sobre a cotação da arroba, as programações de abate continuam em 10 dias úteis, na média nacional. A “folga” das indústrias paulistas ainda chama a atenção, visto que essas tem 10 dias de programações já feitas, no entanto, houve redução de 1 dia em relação a semana passada.
Soja
Refletindo a valorização da taxa de câmbio e a oscilação das cotações externas da commodity, a soja manteve-se firme no patamar de 124,00/sc no mercado físico de Paranaguá/PR.
Oscilações no campo misto foram observadas para os futuros do grão de soja ao longo da última quinta-feira na CBOT, em um dia marcado por elevada volatilidade. O USDA reportou um acréscimo de 3,48% (2,91 milhões de acres ou 1,18 milhão de ha) na área plantada de soja nos EUA em 2024 ante 2023, relativamente em linha com as estimativas de mercado. Já os estoques trimestrais da oleaginosa até 01/mar/24 ficaram um pouco acima do consenso de mercado. Após chegar a atingir US$ 11,77/bu na mínima de quinta-feira, o contrato mai/24 (ZSK24) finalizou o pregão de 28/03 cotado em US$ 11,92/bu (-0,08%)