O presidente Jair Bolsonaro quer mostrar hoje, na abertura do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, que o Brasil está mudando. Objetivo principal durante seu “batismo internacional” será atrair investimentos para o País, em especial para o agronegócio.

“Nós queremos mostrar, que o Brasil tomou medidas para que o mundo restabeleça confiança, que os negócios voltem a florescer entre o Brasil e o mundo, sem viés ideológico, que nós podemos ser um País bom para investimentos, e em especial para o agronegócio, nossas commodities mais caras. Queremos ampliar esse tipo de comércio. Por isso estamos aqui para mostrar que o Brasil mudou”, declarou em vídeo em sua conta no Twitter.

Indagado por jornalistas, o presidente da República não quis antecipar encaminhamento do programa de privatizações. “A gente não vai anunciar particularidades no tocante a isso. A agenda está com nosso chefe da economia, Paulo Guedes, está bastante detalhado nesse sentido e ele vai anunciar a partir do momento que tiver certeza que faremos boas privatizações”.

“O discurso será claro e direto e foi feito e corrigido, por assim dizer, por vários ministros”, afirmou o presidente, em uma rápida conversa com a imprensa. “Estamos querendo mostrar que o Brasil mudou. O nosso objetivo é apresentar novo Brasil que chega com o nosso governo.” O pronunciamento está marcado para hoje às 15h30 (12h30 de Brasília).

Bolsonaro afirmou também que a questão das privatizações tem sido debatida com o ministro da Economia, Paulo Guedes. “Tenho certeza que faremos boas privatizações”, disse ele, acrescentando que a ideia é ampliar o comércio do Brasil com outros países.

O presidente evitou fazer comentários mais detalhados sobre a crise na Venezuela. “A Venezuela está com problemas e não é de hoje, e nós esperamos que rapidamente mude o governo lá”, disse.

Ministros

Acompanhado de cinco ministros, o presidente Jair Bolsonaro desembarcou nesta segunda-feira, 21, em Zurique, na Suíça, para participar do Fórum Mundial de Davos. A comitiva seguiu direto para Davos, nos Alpes Suíços.

O ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gustavo Bebiano está junto ao grupo, além dele estão com Bolsonaro os ministros Paulo Guedes (Economia), Sergio Moro (Justiça), Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional).

O professor Klaus Schwab, fundador do Fórum, disse que Bolsonaro seria “muito bem-recebido” e que existe muita curiosidade para conhecer as propostas do governo.

Corrupção será o tema do discurso do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro. Ele mostrará como a corrupção prejudica não apenas a confiança nos governos, mas também de todo mercado, disse uma fonte à Reuters. Moro defenderá o Estado de Direito e que o ambiente de negócios limpos são bons para os lucros, informou a fonte. Segundo o ministro, a corrupção prejudica a globalização, tornando-a injusta.

Assim como faz no Brasil, Bolsonaro evitou entrevista, o que chamou atenção de jornalistas internacionais, que têm questionado a imprensa brasileira sobre o motivo de o presidente não dar a tradicional entrevista coletiva que costumam conceder chefes de Estado e de governo quando participam do Fórum. A curiosidade em torno do presidente brasileiro é grande, principalmente num contexto em que grandes lideranças mundiais não comparecerão ao evento.

No fim de semana, protestos de ativistas na Suíça levavam cartazes com a foto de Bolsonaro e do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Nelas, um recado: “not welcome” (“Não são bem-vindos“).

 

Fonte: DCI