A safra de milho da Argentina 2021/22 foi estimada em um recorde de 55 milhões de toneladas, de acordo com avaliação da bolsa de grãos de Buenos Aires nesta terça-feira, com forte expansão da área de plantio do cereal às custas da soja, principal produto agrícola país.
A Argentina é o maior exportador mundial de farelo e óleo de soja e o segundo maior exportador de milho.
No entanto, os agricultores têm optado recentemente pelo cereal em vez da oleaginosa devido à maior flexibilidade da cultura, o que diminui o risco de seca.
A bolsa de Buenos Aires estimou a safra de soja em 44 milhões de toneladas, um pouco acima do ano anterior, em sua apresentação anual.
Esteban Copati, chefe do Departamento de Estimativas Agropecuárias da bolsa, destacou que a área de plantio de milho crescerá pelo oitavo ano consecutivo para cerca de 7,1 milhões de hectares, de 6,6 milhões de hectares em 2020/21.
“Essa expansão ininterrupta da área de milho é explicada em grande parte pelas ferramentas que os agricultores possuem para manejar a safra, as datas de plantio flexíveis, que é uma ferramenta que mitiga o impacto do clima”, disse Copati em apresentação online.
Para a safra 2021/22, a bolsa espera algum impacto do fenômeno climático conhecido como La Niña, que nas principais regiões agrícolas da Argentina gera condições mais secas do que o normal.
Ao contrário da soja, o milho tem uma janela de semeadura mais ampla que permite evitar o início das principais fases de desenvolvimento em janeiro e no começo de fevereiro, o período mais seco e quente do ano.
Na safra 2021/22, estima-se que seja a sexta queda consecutiva de área de plantio de soja, caindo para 16,5 milhões de hectares, ante os 16,9 milhões plantados na safra 2020/21, informou a bolsa.
Porém a safra aumentaria para 44 milhões de toneladas, ante 43,1 milhões de toneladas na safra anterior, pois a mesma seca que atingiu a temporada 2020/21 não é esperada apesar da presença do La Niña.