A utilização da capacidade de abate dos frigoríficos de Mato Grosso caiu em agosto deste ano em relação a julho e também ante agosto de 2019, informou em boletim semanal o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea). Segundo o instituto, em agosto 72,13% da capacidade das plantas frigoríficas foi utilizada, número 1,63 ponto porcentual menor do que julho e 9,36 pontos porcentuais a menos do que agosto de 2019.

De acordo com o Imea, o menor abate de animais no Estado – principalmente de fêmeas – justifica essa redução. Ante julho de 2020, 17,34% menos fêmeas foram para o gancho no Estado. “A queda só não foi maior devido ao aumento do abate de machos no período”, assinala do Imea. “Para se ter uma ideia, o abate daqueles (machos) entre 12 e 24 meses aumentou 44,91%, ação normal pelo período de entrega de animais de cocho (confinados)”, informa.

Desta maneira, regiões onde há maior concentração de confinamentos apresentaram uma quantidade maior de machos abatidos, e, consequentemente, maior utilização da capacidade frigorífica. É o caso do médio-norte, oeste e sudeste mato-grossenses.

“Todo este cenário indica que, mesmo com a maior disponibilidade de bovinos machos, a indústria ainda teve dificuldade de preenchimento de escalas”, cita, acrescentando ainda que a escassez de bovinos em Mato Grosso, aliada às exportações firmes, tem feito com que a arroba se valorize no Estado mais do que em São Paulo, que é a praça referência do País.

Em agosto, a arroba em São Paulo se valorizou 3,18%, para R$ 228,84 (sem Funrural, no indicador Cepea). Já em Mato Grosso, o avanço foi de 6,91%, para R$ 203,69 a arroba, em iguais condições. “A baixa oferta de animais e exportações aquecidas já viraram rotina e ainda são os principais fatores que têm refletido nesta conjuntura”, diz o Imea. “Em setembro, ainda se observa a mesma configuração, mas se verifica que o aumento em São Paulo tem sido em menores proporções.” (AE)