O preço da carne bovina negociada no mercado atacadista em São Paulo continua se valorizando, em razão das seguidas altas da arroba do boi gordo – por causa da oferta restrita de animais para abate – e das exportações aquecidas da proteína, informa o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em relatório antecipado ao Broadcast Agro.
No dia 9 de outubro, a carne bovina atingiu o maior patamar nominal da série histórica do Cepea, sendo negociada a R$ 17,16 o quilo, informa o centro de estudos. Houve alta real na proteína, porém, na média parcial de outubro para a carcaça do boi, negociada por R$ 17 o quilo, valor 3,21% acima da observada em setembro e 28% superior à deflacionada de outubro de 2019.
O Cepea observa que nem mesmo a atual recessão econômica, a queda do emprego e a redução do auxílio governamental têm limitado o movimento de alta nos valores da carne. Segundo o relatório, outro fator que também influencia a valorização interna da proteína vermelha são as exportações aquecidas, “à medida que mantêm enxuta a disponibilidade doméstica de carcaças bovinas”. “É preciso ressaltar que, em outubro, parte do varejo nacional também começa a formar estoques para a demanda de fim de ano, contexto que reforça a tendência de alta nos valores da carne.”
Outros fatores que influenciam a valorização da carne bovina são os preços altos das principais carnes substitutas, a suína e a de frango. Segundo a Equipe de Suínos do Cepea, a oferta ainda restrita de animais em peso ideal para abate e o incremento na demanda por parte de frigoríficos seguem valorizando a carne suína e a de frango nessas primeiras semanas de outubro. “Diante disso, este mês já vem sendo marcado pelo quinto período a registrar movimento consecutivo de alta nos valores do suíno vivo e da carne, que renovam os recordes reais em muitas praças e os nominais em outras.”
Quanto ao frango, a Equipe de Aves indica que as vendas internas e externas da carne estão aquecidas, o que impulsiona as cotações na avicultura de corte – os valores estão em movimento de alta desde junho. Para alguns produtos e regiões, os preços já operam nos recordes nominais da série histórica do Cepea, iniciada em 2004, mas ainda se mantêm abaixo das máximas reais, considerando-se a inflação do período. (AE)