A liberação das compras de carne bovina brasileira pela China, ocorrida ontem (15), animou agentes do mercado pecuário, informou o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq-USP), em boletim. Segundo o centro de estudos, a expectativa dos operadores é a de que a liquidez no mercado spot nacional se aqueça, embora a retomada da comercialização visando atender o mercado chinês possa demandar alguns dias.

Segundo o Cepea, do lado da procura, alguns frigoríficos indicam estar com as escalas de abate mais alongadas, mas especialmente de animais que são destinados ao mercado doméstico. Quanto à oferta, no campo, parte dos pecuaristas já se afastou das vendas neste ano, relatando que deve voltar a negociar apenas no início de 2022, tendo em vista questões fiscais. “Além disso, a oferta de animais prontos para abate segue restrita. Por outro lado, os custos de produção em patamares elevados podem levar alguns produtores a ofertar novos lotes”, cita.

O Cepea também cita o desempenho de hoje na B3, dizendo que, “no geral, o ânimo do setor pecuário nacional é evidenciado nas negociações desta bolsa”. Todos os contratos futuros se valorizaram na base de 4% hoje após a notícia da China.

Conforme o centro de estudos, em relação ao indicador Cepea do boi gordo, houve queda de 3,7% em dezembro até o dia 14, encerrando a terça-feira a R$ 310,40. “A média mensal está em R$ 316,71, sendo 6,4% acima da registrada em novembro/21 e 2,34% superior à de dezembro do ano passado, em termos reais (os valores mensais foram deflacionados pelo IGP-DI)”, continua.

(Cepea/AE)