O cenário para a comercialização de touros neste ano aparenta ser promissor, com os preços da arroba de boi gordo mantendo-se em níveis elevados, mesmo com a redução do consumo internacional e o surto de coronavírus no mundo, avalia o gerente de Pecuária da Agro-Pecuária CFM, Tamires Miranda Neto. Em evento com jornalistas realizado na terça-feira (10) na Fazenda São Francisco, ele afirmou ao Broadcast Agro que a expectativa é positiva especialmente para produtores que trabalham com gado certificado, já que o aumento de 18% na inseminação artificial, segundo pesquisas recentes, aponta para um grande interesse do pecuarista brasileiro em investimento genético.
Com uma retração na oferta de touros no ano passado, o que levou a uma elevação nas cotações, deve haver um movimento de reposição do gado neste ano, segundo Miranda Neto, que espera observar os reflexos disso no megaleilão de touros de corte da CFM, programado para ocorrer no dia 6 de agosto. Até lá, para o nível das cotações se sustentar, é esperada uma aceleração na economia brasileira, com incremento no consumo, já que 75% da produção é direcionada para o mercado interno.
As vendas da CFM, maior produtora de touros da raça nelore no Brasil, chegaram a 1.387 animais em 2019, um aumento de 9% em relação ao ano anterior, registrando faturamento de cerca de R$ 200 milhões. Com o crescimento, a empresa inglesa se aproximou da marca de 43 mil touros vendidos desde o início das operações, em princípios da década de 1980.
De toda a produção, 30% dos reprodutores da CFM são comprovados pelo Certificado Especial de Identificação e Produção (Ceip), chancela do Ministério da Agricultura concedida aos animais comprovadamente melhoradores em genética.
Embora seja esperado um bom resultado de vendas este ano, o volume não deve crescer muito, enquanto o número de vacas reprodutoras for o mesmo. Miranda acrescenta que qualquer medida para incrementar o volume só deve apresentar resultados daqui três ou quatro anos, em virtude do longo ciclo de produção. “O momento é de intensificação da pecuária em Mato Grosso do Sul, mas os ajustes são finos, o que deve refletir em crescimentos muito pequenos”, conclui. (AE)