As paralisações e bloqueios de rodovias afetam de imediato a operação da indústria e dos centros de distribuição de carne no Estado de São Paulo. No entanto, ainda não há manifestação sobre o assunto dos associados até o momento, afirma o Sindicato da Indústria do Frio (Sindifrio).
“Prejudica o abastecimento, porque os produtos são transportados via rodoviária, da indústria produtora para centros de distribuição. Desde que começou, há prejuízo ao abastecimento, que fica mais lento as vezes até impedido”, diz Carlos Lorenzo, diretor adminsitrativo da entidade, que representa os frigoríficos do Estado. “Não vou dizer que vai haver desabastecimento, mas pode ser que haja menor oferta do produto.”
Em sua avaliação, “tudo o que acontece é muito ruim para o Brasil””. “Houve eleição, uma decisão democrática e não há motivo nenhum para se opor ao novo presidente”, diz.
O presidente do Sindicato dos Caminhoneiros de São Paulo (Sindicam-SP), Norival de Almeida Silva, disse, por sua vez, que a entidade se abstém de tomar um posicionamento sobre os bloqueios feitos em estradas por caminhoneiros descontentes com a derrota de Jair Bolsonaro na eleição presidencial de domingo.
Silva, que também preside a Federação dos Caminhoneiros Autônomos de Cargas do Estado de São Paulo (Fetrabens), diz que a participação nos piquetes é uma escolha de cada cidadão. “Como pessoa, estou andando nas rodovias para ver se tem algo que posso fazer para a minha categoria”, diz. “Se a lei constatar e provar que houve irregularidade, todos nós teríamos que ir contestar. Agora, se estamos fazendo isso e a lei está correta, os caminhoneiros é que estão cometendo irregularidade. Eu não tenho competência para julgar isso no momento”, declara.
Nenhuma irregularidade foi identificada na eleição de domingo. O Supremo Tribinal Federal (STF) ordenou que a Polícia Federal Rodoviária (PRF) desbloqueie as vias.
(Valor Econômico)