O Banco Central vai recorrer a uma terceira ferramenta de intervenção cambial na sexta-feira ao ofertar até 2 bilhões de dólares por meio de leilões de linhas —venda com compromisso de recompra.
Serão realizadas duas operações —“A” e “B”— entre 10h15 e 10h20. As vendas serão liquidadas em 17 de março. A recompra dos dólares vendidos no leilão “A” será em 5 de maio, e o mercado terá de devolver ao BC os dólares da operação “B” em 2 de julho.
Os leilões de sexta-feira contemplam dinheiro novo. É a primeira vez que o BC faz oferta líquida de moeda nessa modalidade desde 17 e 18 de dezembro do ano passado —quando, no total, foram vendidos ao mercado 2,50 bilhões de dólares.
Os leilões de linha costumam ser realizados em momentos de demanda pontual por liquidez.
Nesta semana, o BC vendeu dólares à vista e realizou operações de swap cambial tradicional. Desde segunda-feira, já colocou 7,245 bilhões de dólares em moeda à vista e injetou 10,5 bilhões de dólares neste ano via contratos de swap cambial tradicional —que equivalem a colocação de liquidez no mercado futuro.
No começo da semana, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra, disse que a autoridade monetária não tem preconceito contra qualquer instrumento cambial e interviria com ferramentas e montante necessários para acalmar o mercado e promover a funcionalidade das operações.
O reforço nas atuações ocorre em meio a um salto na volatilidade e nas cotações do dólar, diante da intensificação dos temores do coronavírus e, mais recentemente, da piora na avaliação do mercado sobre o cenário fiscal brasileiro.
O dólar chegou a ultrapassar a barreira dos 5 reais nesta quinta, antes de fechar em novo recorde histórico para um encerramento de 4,7857 reais na venda (alta no dia de 1,38%).
Na semana, a cotação salta 3,26%, enquanto dispara 19,26% no ano, o que deixa o real na vice-lanterna entre 33 pares da divisa dos EUA. (Reuters)