Gustavo Rezende Machado é trainee pela Agrifatto

A alta oferta internacional de grãos causou queda nos preços mundiais. No Brasil os baixos preços praticados reduziram o ritmo de negociações, e por consequência refletiram em atrasos na compra de insumos.

De acordo com a quantidade de fertilizantes entregues ao mercado elaborado pela Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA), os números para 2017 estão em patamares muito próximos daqueles vistos em 2016, como pode ser observado na tabela 1. O acumulado de janeiro a julho está apenas 0,16% inferior ao acumulado para o mesmo período em 2016.

Tabela 1.
Fertilizantes entregues ao mercado, em toneladas de produto.

Fonte: ANDA / Agrifatto

Porém, ressalta-se que cerca de 45% dos insumos vendidos no ano passado não foram utilizados no manejo da safra 2016/17 e assim compõem os estoques de revendas e distribuidoras. Ou seja, com os altos estoques e negociações lentas, mesmo o provável aumento da área cultivada com soja para a próxima safra brasileira em 2017/18, não deve diminuir a pressão negativa para os preços dos insumos nessa nova safra.

Além dos altos estoques e negociações lentas, o câmbio mais baixo durante o mês de julho também foi responsável pela queda nos preços dos insumos nessa nova safra. Com o aumento da relação de troca entre insumos e sacas de produtos agrícolas, o custo de produção teve queda.

Calculado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA), a movimentação negativa dos custos totais de produção para a safra 2017/18 foram de 12,68% para a soja e 5,73% para o milho, puxada especialmente pela queda nos preços de insumos.

Por fim, os atrasos nas negociações de insumos podem acarretar em fretes mais caros e ainda em problemas na entrega, já que a demanda pelo serviço pode se concentrar em um curto espaço de tempo.