O preço do boi gordo manteve-se em patamar recorde, acima dos R$ 300, durante praticamente todo o mês de fevereiro, informou o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq-USP), em relatório antecipado ao Estadão/Broadcast. A informação se baseia no indicador Cepea/B3 do boi gordo. Conforme o Cepea, esse nível de preços tem sido sustentado pela baixa oferta de animais prontos para abate, apesar da demandas doméstica e internacional enfraquecida no início de 2021.
Os preços elevados, no entanto, não garantem alta rentabilidade, cita o Cepea, visto que a valorização contínua de importantes insumos pecuários, como os de animais de reposição e dos grãos, limita a margem do produtor, podendo inclusive comprometê-la.
Quanto à carne, agentes de frigoríficos alegam dificuldades no repasse das valorizações da arroba do animal à proteína negociada no mercado atacadista. Desde o início deste ano, a carcaça casada do boi tem sido comercializada por volta de R$ 19,00/kg, o equivalente a cerca de R$ 285/arroba. Na terça-feira, 23, a carcaça fechou a R$ 18,97/kg à vista, com queda de 0,84% em fevereiro, mas avanço de 4,75% na parcial de 2021.
Em 2020, os custos de produção da pecuária de corte tiveram forte alta, indicam pesquisas realizadas pelo Cepea em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Dependendo do sistema produtivo, a elevação no Custo Operacional Efetivo (COE) chegou a 45% no ano.
Considerando-se a média nacional, o sistema modal de cria apresentou alta de 9,4% nos custos em 2020. No caso do sistema de recria e engorda, o avanço nos custos atingiu 39%, devido ao forte aumento nos preços do animal de reposição. No acumulado de 2020, o Indicador do bezerro Esalq/BM&FBovespa subiu expressivos 31,13%, em termos reais. (Estadão)