A nuvem de gafanhotos na Argentina continua se deslocando para o sul, em direção ao Uruguai, segundo o Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar do país (Senasa). Ontem à noite, ela estava na cidade de Federación, na província de Entre Rios, a 17 quilômetros da divisa com o Uruguai. Uma segunda nuvem de insetos, que estava no Paraguai, entrou ontem no país pelo norte, na província de Formosa e se deslocou para a província de Chaco. O Paraguai ainda tem uma outra nuvem de gafanhotos (um total de três são monitoradas pelos países da América do Sul),localizada no Departamento Central do Chaco, em Boquerón, e continua se deslocando para o sul do país, próximo à divisa com o norte da Argentina, segundo o Serviço Nacional de Saúde e Segurança Vegetal do Paraguai (Senave). De acordo com fiscais agropecuários brasileiros, esta nuvem está cerca de 600 quilômetros distante da fronteira com o Brasil.
A nuvem que está mais próxima do território brasileiro é a que se desloca em direção ao Uruguai. Na manhã de ontem, a nuvem estava a 112 km da cidade gaúcha de Barra do Quaraí, segundo a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul. A distância dos insetos do território brasileiro ainda não foi atualizada após a nova localização do aglomerado. Contudo, o risco de entrada dos insetos nas lavouras gaúchas, especialmente às próximas com a fronteira uruguaia, ainda não é descartado, porque na sexta-feira o vento na região tende a mudar de direção de norte para o sul, podendo influenciar no fluxo contrário da nuvem.
Entre segunda e terça-feira, essa nuvem se movimentou cerca de 30 quilômetros, impulsionada principalmente pelo tempo quente e seco observado nas últimos dias na região. Conforme o levantamento do Senasa, a nuvem, que inicialmente tinha cerca de 400 milhões de insetos, diminuiu em 30% e hoje ocupa área de aproximadamente 10 km². O monitoramento do trajeto prossegue nesta quarta-feira e os técnicos realizam nova pulverização de inseticidas.
“Na região, há três nuvens de gafanhotos detectadas, uma na zona do Chaco no Paraguai e as outras duas no nosso país”, disse o Senasa. O alerta quanto à entrada do terceiro aglomerado de insetos na Argentina no curto prazo foi mantido pelo Senasa. A nuvem poderia entrar também pela região norte do país, nas províncias de Formosa e Salta. (AE)