A Argentina decidiu flexibilizar a proibição às exportações de carne bovina, medida implementada no mês passado destinada a controlar a inflação.
O governo fechou um acordo com frigoríficos como JBS e Marfrig Global Foods, permitindo que as empresas exportem até metade dos níveis do ano passado de alguns cortes de carne bovina, disse o ministro da Produção, Matías Kulfas, em conversa com repórteres na terça-feira. A medida é válida até agosto.
“Estamos priorizando a renda dos argentinos”, disse Kulfas. O governo, acrescentou, também aumentou os controles dos preços domésticos e agora revisa os próximos passos para as políticas de longo prazo para a carne bovina.
As restrições à carne bovina são um novo capítulo na difícil relação entre o governo argentino e pecuaristas, cujas exportações trazem dezenas de bilhões em moeda forte.
Desde a posse há 18 meses, o governo já tentou nacionalizar uma exportadora de soja em crise e proibiu as exportações de milho, mas voltou atrás nas duas medidas.
A carne vermelha é um alimento básico na Argentina, que compete com o vizinho Uruguai como o maior consumidor per capita do mundo.
Pecuaristas dizem que déficits fiscais e a política monetária frouxa são a principal causa da inflação, e não a competição dos mercados de exportação.
Os embarques de carne bovina dispararam para níveis recordes sob a o governo de Alberto Fernández, depois de se recuperarem com as políticas favoráveis ao mercado de Mauricio Macri, que governou de 2015 a 2019.
Com a suspensão parcial da proibição, a carne bovina da Argentina retornará ao mercado chinês, que responde por 75% das vendas do país no exterior.