(Reuters) – O dólar tornou a cair nesta quarta-feira, para o menor nível em dois meses, com o mercado embalado pela aprovação da reforma da Previdência no Senado, num momento em que cresce a expectativa de ingressos de recursos decorrentes de leilões de petróleo.

O dólar à vista caiu 1,05%, a 4,0329 reais na venda, menor patamar para fechamento desde 21 de agosto (4,0314 reais na venda). Na mínima do dia, a cotação foi de 4,0296 reais.

O real teve o segundo melhor desempenho nos mercados globais de câmbio nesta sessão, atrás apenas da lira turca.

Com o recuo de mais de 1%, a moeda contabilizou a mais forte desvalorização acumulada em dois dias desde janeiro.

Após idas e vindas, o Senado concluiu nesta a votação em segundo turno da reforma da Previdência, que agora já pode ser promulgada após publicação. O foco agora se volta para outras ações, como a PEC paralela da reforma da Previdência para Estados e municípios e a reforma administrativa.

“Espero que, passada a reforma da Previdência, outros vetores da agenda econômica comecem a caminhar, ficando claro para o investidor –especialmente o estrangeiro– o caminho positivo que o Brasil está seguindo”, disse Dan Kawa, sócio da TAG Investimentos.

Além das reformas, analistas têm citado expectativas de ingressos de recursos dos leilões do pré-sal e privatizações como argumento para um cenário em que o dólar pelo menos se estabilize abaixo das máximas recentes na casa de 4,16 reais.

“Vemos chance de 17 bilhões de dólares em fluxo até o quarto trimestre”, disseram profissionais do Morgan Stanley em nota.

Na véspera, a divisa já havia recuado 1,33%, na maior queda percentual diária em quase sete semanas. Em dois dias, a depreciação acumulada é de 2,36%, a mais intensa para o período desde 4 de janeiro (-2,49%).

Na B3, onde os negócios com derivativos cambiais vão até as 18h, o contrato de dólar futuro de maior liquidez tinha queda de 1,3% por volta de 17h40, a 4,0335 reais.

Depois de na véspera ter deixado para trás sua média móvel linear de 50 dias, o dólar agora tem como forte suporte técnico a região da média móvel de 100 dias, em torno de 3,97 reais.

As vendas da moeda dos EUA foram alimentadas ainda pelo dia de fraqueza do dólar no exterior tanto contra divisas fortes quanto frente a emergentes.