(Reuters) – A estimativa da safra de soja de 12 Estados do Brasil que respondem por quase a totalidade da produção nacional foi reduzida para 101 milhões de toneladas, ante 117,3 milhões de toneladas antes dos efeitos da severa seca que atinge as principais regiões produtoras desde dezembro.
A avaliação é da Aprosoja Brasil, que representa produtores no país, o maior exportador global da oleaginosa.
“Caso não volte a chover nos próximos dias, intensificam-se essas perdas. A situação é um pouco mais grave do que as consultorias estão passando”, afirmou à Reuters Bartolomeu Braz, presidente da Aprosoja, ao comentar números fechados nesta sexta-feira.
Nesta sexta-feira, por exemplo, a consultoria FCStone reduziu a projeção de safra do Brasil para 112,2 milhões de toneladas, ante 116,3 milhões de toneladas na previsão de janeiro.
Segundo dados do Refinitiv Eikon, áreas do Centro-Oeste, Sudeste e Sul continuarão a receber chuvas abaixo da média histórica no início de fevereiro.
Braz afirmou que a previsão da associação engloba a safra de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Piauí, Tocantins, Bahia, Maranhão, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que produziram quase 98 por cento da safra brasileira na temporada passada.
Na pesquisa da Aprosoja não aparecem Estados como Rondônia e Pará, que produziram juntos 2,6 milhões de toneladas na temporada passada. A produção em Rondônia, por exemplo, não foi atingida pela estiagem, explicou Braz.
As maiores perdas registradas pela Aprosoja estão no Paraná, onde a produção cairá 30 por cento ante a projeção inicial, para 13,7 milhões de toneladas. Na Bahia, o recuo projetado é de 20 por cento, assim como no Piauí. Em Goiás, a redução na safra será de 17 por cento ante o que se esperava no começo da temporada.
Mesmo o Mato Grosso, maior produtor brasileiro de soja, verá perdas de 8 por cento, para 29,5 milhões de toneladas.
Segundo Braz, a pesquisa sobre as perdas de safra foi feita por técnicos da associação nos Estados, assim como por produtores, que já estão colhendo a produção.
Por Roberto Samora