O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), Bartolomeu Braz Pereira, descartou a possibilidade da China reduzir o volume de compra de soja do Brasil em meio à crise do coronavírus. “Para ele, as exportações estão dentro da normalidade e “a pressão de compra está forte e crescente”, estimando que as vendas externas cresçam 10% em 2020 em relação ao ano passado.
A preocupação surgiu depois de reportagem do jornal Folha de S.Paulo noticiar que Wei Baigang, membro do ministério da Agricultura chinesa, em coletiva sobre “segurança e suprimento alimentar”, sinalizou que pessoas do país asiático estão preocupadas com a soja importada do Brasil devido à forma que o governo brasileiro está conduzindo a pandemia.
Ainda segundo o jornal, Baigang afirmou que “as importações do Brasil não foram afetadas em março, e as importações dos EUA devem crescer”. Neste sentido, o presidente da Aprosoja lembra que os Estados Unidos teve problemas com a safra de 2019 devido a problemas climáticos e a safra de 2020 ainda será plantada.
“A gente está tendo uma super safra e os Estados Unidos perderam grande parte da safra, ainda vão plantar. Não é soja deles, não é soja de ninguém, os chineses estão levando a nossa soja. Produzimos com sustentabilidade e alto nível de proteína. Quem oferece proteína de qualidade somos nós”, diz Bartolomeu.
Questionado sobre a possibilidade de algum impacto nas negociações com a China depois do ministro da Educação, Abraham Weintraub, ter feito uma publicação no Twitter com insinuações de que o país asiático poderia se beneficiar, de propósito, da crise do coronavírus, o presidente da Aprosoja afirmou que não há relação entre os assuntos. “Estamos falando de alimentos. Não de educação.” (Globo Rural)