A passagem de uma massa de ar polar derrubou as temperaturas no fim de semana, mas ainda assim não foram registradas geadas relevantes em culturas do Centro-Sul. Por outro lado, o frio extremo foi responsável pela morte de milhares de bovinos em Mato Grosso do Sul, onde o prejuízo já ultrapassa a casa dos R$ 5 milhões.
A menos de dois dias do começo do inverno, a semana começou extremamente gelada em boa parte do Centro-Sul por conta da mesma massa de ar polar, que ainda está sobre o Sul do país.
De acordo com a Rural Clima, a tendência é que não ocorram geadas e as temperaturas entrem em elevação, mesmo que de forma lenta.
As mínimas, que estão abaixo de 10ºC, devem subir para 12ºC ou 13ºC, da metade da semana para frente. “Isso dará plenas condições para a alta produtividade estimada do milho”, afirma Marco Antonio dos Santos, agrometeorologista da Rural Clima.
Instabilidade
Além do frio, a semana começou com tempo aberto no Centro-Sul, sem previsão de chuva. Porém, a partir desta terça-feira (20/6), uma nova frente fria avança sobre o Rio Grande do Sul e organiza linhas de instabilidade. “Até quarta-feira (20/6), há previsão de chuva para o estado gaúcho, Santa Catarina e sul do Paraná”.
Em grande parte das regiões produtoras do Sudeste, Centro-Oeste, Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), interior do Nordeste e sul da região Norte, o tempo segue firme, apenas com chuvas isoladas em áreas produtoras.
Caso volte a chover vigorosamente nessas regiões, Santos afirma que isso será um problema para a colheita do milho, do café, da cana-de-açúcar, da laranja, do feijão e do algodão.
Especificamente no interior do Nordeste, a umidade relativa do ar preocupa. De acordo com a Climatempo, os índices devem se manter abaixo de 30% durante a semana, sendo os menores valores no centro-oeste da Bahia e no sul do Maranhão e do Piauí.
O extremo norte da região Norte e a faixa litorânea do Nordeste seguem com chuvas regulares. “Bom para as regiões de milho e cana-de-açúcar. Ruim para os produtores de soja do Amapá, Roraima e norte do Pará e do Maranhão”, alerta o especialista.
Os volumes mais altos de chuva estão reservados para Sergipe, Alagoas e alguns pontos do norte do Maranhão. “Estima-se que chova entre 50 e 150 milímetros, na média, do nordeste baiano ao litoral pernambucano, com risco para alagamentos e deslizamentos de terra durante esse período”, informa o boletim da Climatempo.
(Globo Rural)