A cada dia, a perda do agronegócio brasileiro provocada pelo tabelamento do frete rodoviário é de R$ 500 milhões só nos mercados de soja e milho. Nos 20 dias de vigor da medida, portanto, o prejuízo chega a R$ 10 bilhões para esses dois grãos, segundo cálculos da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) na audiência de conciliação promovida ontem pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux, na ação que discute a constitucionalidade da medida.

“Temos um problema emergencial”, afirmou o chefe da assessoria jurídica da entidade, Rudy Ferraz. “Meio bilhão de reais por dia não é qualquer coisa.” Ele acrescentou que metade da produção agrícola está “parada” em pleno período de safra.

Mas os problemas se espalham por outros produtos, mostra o levantamento feito pela CNA. No caso do arroz, por exemplo, metade do produto enviado aos portos está represada. No café, que estima que o custo do transporte dobrou, a dificuldade é levar o produto para as torrefadoras. Com isso, há um atraso na produção e os exportadores estão arcando com custos adicionais no transporte.

A conta já recai sobre os consumidores. Nas gôndolas, o leite já registra aumento de 50% e o frango, de 45%. O preço do arroz subiu 10% e o do feijão, em torno de 15%, segundo informa a CNA.