A receita cambial com exportações do agronegócio brasileiro atingiu a máxima histórica em abril, superando pela primeira vez os US$ 10 bilhões. O valor é 25% superior ao registrado em abril do ano passado, quando os embarques renderam US$ 8,18 bilhões. Em nota, o Ministério da Agricultura informou que o recorde refletiu o incremento nos embarques de soja em grão, cujo principal mercado importador foi a China.
De acordo com o Ministério, os embarques da oleaginosa cresceram 73,4% no mês de abril, chegando a um total de 16,3 milhões de toneladas exportadas, quase 7 milhões de toneladas a mais na comparação interanual. O volume gerou um salto na receita, que passou de US$ 3,30 bilhões em abril de 2019 para US$ 5,46 bilhões em abril deste ano.
O cenário de pandemia do novo coronavírus elevou a demanda pela soja brasileira, com um forte movimento de antecipação das exportações do produto, de acordo com a Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI) do Ministério da Agricultura. “Essa elevação aliada à redução da demanda pelos demais produtos da balança comercial (-27,1%) ajudou a aumentar a participação dos produtos do agronegócio no total exportado pelo Brasil”, informa em nota. A secretaria acrescenta que a participação do setor nos embarques brasileiros atingiu o patamar recorde de 55,8% em abril. Um ano antes, a participação foi de 42,2%.
Acumulado do ano
Nos primeiros quatro meses do ano, a receita com os embarques do setor somou US$ 31,4 bilhões, valor 5,9% superior ao mesmo período do ano passado. De acordo com a SCRI, as vendas externas tiveram o melhor resultado da série histórica nos meses acumulados e foram responsáveis por quase metade da receita das exportações totais brasileiras (46,6%). Por outro lado, as importações caíram 4,5%, atingindo US$ 4,57 bilhões. O saldo da balança comercial do agronegócio, portanto, foi superavitário em US$ 26,83 bilhões no período.
Ainda no período do primeiro quadrimestre do ano, as exportações de soja alcançaram um recorde tanto na receita de US$ 11,5 bilhões, quanto no volume embarcado, de 33,66 milhões de toneladas. A China adquiriu 73,4% do grão brasileiro, um aumento de 26,6% na comparação interanual. Já no setor de proteínas, a carne bovina se destacou no período, correspondendo a 45,3% do valor exportado. As vendas também chegaram a um recorde em valor (US$ 2,13 bilhões) e volume (469,76 mil toneladas), com o gigante asiático sendo o principal importador do produto no quadrimestre, com 49,6% das compras de carne brasileira. (AE)