O Brasil exportou em janeiro US$ 8,82 bilhões em produtos do agronegócio, valor recorde para o mês, com aumento de 57,5% ante igual período do ano passado, segundo dados divulgados no sábado (12) pela Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI) do Ministério da Agricultura.

De acordo com o ministério, o crescimento do valor exportado foi influenciado tanto pela expansão dos preços médios, que subiram 19% na comparação com janeiro de 2021, quanto em função do aumento do volume exportado, que cresceu 32,3%. A participação do agronegócio nas exportações brasileiras cresceu de 37,5% (janeiro/2021) para 44,9% (janeiro/2022).

soja foi o destaque do mês. A receita com embarques da oleaginosa cresceu 338,3% em janeiro ante igual período de 2021, para US$ 2,12 bilhões. O volume exportado alcançou a marca de 2,45 milhões de toneladas. Segundo os analistas da SCRI, há uma demanda mundial crescente pela oleaginosa, em virtude da retomada da produção e consumo de proteína animal no mundo, o que indica redução da relação estoque/consumo de soja em grãos em 2022.

A previsão é de que a China importe cerca de 100 milhões de toneladas neste ano. Em janeiro, o país asiático adquiriu 80,1% do volume de soja exportado pelo Brasil (1,97 milhão de toneladas). Além da China, União Europeia e Vietnã também importaram mais de 100 mil toneladas do Brasil: 159,8 mil e 136,7 mil toneladas adquiridas, respectivamente. As exportações de óleo de soja também apresentaram expressivo crescimento devido à forte demanda indiana e ao aumento da disponibilidade doméstica.

O setor de carnes aparece na sequência, com receita de US$ 1,61 bilhão em janeiro, alta de 39,8% – valor recorde para o mês em toda a série histórica. Houve incremento do volume exportado de 21,1% e dos preços médios de exportação +15,5%. A principal carne exportada pelo Brasil foi a bovina, com US$ 801,06 milhões em vendas externas, alta de 46,2%, recorde para os meses de janeiro. Tanto o volume exportado quanto o preço médio avançaram +25,7% e +16,3%, respectivamente.

Para o frango, o valor alcançado com receita foi de US$ 604,89 milhões, alta de 42,8%. O volume exportado, também recorde, com alta de 20,2%, contou com preços médios 18,8% mais altos.

Já as vendas externas de carne suína cresceram em função exclusiva da expansão do volume exportado, que aumentou 18,5%, passando de 62 mil toneladas (janeiro/2021) para 73 mil toneladas (janeiro/2022). Por outro lado, o preço médio de exportação registrou queda de 7,4%. A redução da demanda chinesa por carne suína importada tem afetado os preços internacionais desde o segundo semestre de 2021, em função da recuperação do rebanho chinês de porcos. Mesmo assim, a China continuou sendo o principal país importador da carne suína in natura brasileira, com participação de 44% nos volumes embarcados, que representaram US$ 62,85 milhões (-20,4%).

Já no caso do trigo, as vendas externas foram recordes em valor US$ 190,93 milhões, com alta de 121% e quantidade de 648,06 mil toneladas, alta de 61,6%, principalmente pela menor demanda do produto no mercado nacional e pela safra brasileira recorde em 2021, de 7,68 milhões de toneladas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Os três principais países importadores do trigo brasileiro foram Arábia Saudita (218,92 mil toneladas); Marrocos (180,6 mil toneladas) e Indonésia (141,1 mil toneladas).

O setor cafeeiro registrou US$ 719,21 milhões em vendas externas (+41,1%). Houve queda no volume exportado em janeiro (-18,5%), mas o aumento dos preços médios de exportação (+73,0%) mais que compensou essa redução. O Brasil é o maior produtor mundial e o principal produto exportado pelo setor é o café verde (com recorde de exportação de US$ 659,01 milhões; +41,3%). Os preços médios de exportação atingiram US$ 3.700 por tonelada em janeiro de 2022 (+76,1%). As vendas externas de café solúvel alcançaram US$ 54,15 milhões (+37,1%).

(AE)