As ações da Minerva Foods, maior exportadora de carne bovina da América do Sul, registraram forte alta ontem na B3 e recuperaram parte das perdas acumuladas nos últimos meses. A valorização diária chegou a 8,97%, o que reduziu as perdas observadas desde janeiro para 38,4%.
Os investidores reagiram bem à notícia de que parte da família Vilela de Queiroz (organizada na holding VDQ) e o fundo saudita Salic estudam formas de elevar a participação na companhia — o que ampliou também o volume financeiro negociado na B3 ontem.
Conforme antecipou na segunda-feira o Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor, nesse sentido os sócios consideram alternativas como a realização de uma oferta de aquisição (OPA) para o fechamento de capital na bolsa ou uma injeção de capital na empresa, o que resultaria no aumento de suas respectivas fatias no capital.
Atualmente, a VDQ tem 28,2% do capital da Minerva e a Salic controla uma fatia de 21,4%.
No radar dos sócios, como informou o Valor, está a progressiva queda do valor de mercado da empresa, independentemente de avanços estratégicos como a expansão das operações na América do Sul, reforçada com a aquisição de ativos da JBS. Procurada, a Minerva preferiu não comentar.
A companhia começou o ano avaliada em R$ 2,5 bilhões na B3, ou US$ 765 milhões. Na segunda-feira, antes da recuperação de ontem (ver infográfico), o valor da Minerva caiu para R$ 1,4 bilhão, ou US$ 343 milhões . No fim de junho, a dívida líquida da companhia, de R$ 6,8 bilhões, equivalia a 5 vezes o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 12 meses — uma piora em relação à alavancagem de 4,5 vezes registrada três meses antes.