O diretor de Relações Institucionais da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ariel Mendes, disse hoje à Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) que o setor não tem como estabelecer preços mínimos para os fretes devido a especificidades do segmento, que vão do tipo de caminhão para transporte dos animais, do tipo de contrato até as distâncias percorridas. “Para cada transporte, é necessário seguir regras específicas que garantem a sanidade dos produtos e o bem-estar animal. Para ovos e pintinhos, é um tipo de caminhão, contrato e percurso. Para os leitões, é outro”, explicou Mendes em nota divulgada pela FPA.

O encontro promovido pela presidente da FPA, deputada Tereza Cristina (DEM-MS), com representantes de diversos segmentos do setor produtivo teve como objetivo tentar chegar a uma proposta de consenso em relação ao tabelamento do frete. “São muitas variáveis. Sabemos que o frete mínimo é um tiro no pé, mas não se pode fechar o diálogo”, afirmou a deputada, em nota.

De acordo com os dados apresentados pela ABPA à FPA, com o tabelamento o preço da saca de milho do Mato Grosso para alimentar os animais de Santa Catarina e Rio Grande do Sul subirá R$ 6,00. Segundo o vice-presidente da FPA na Região Sul, deputado Sérgio Souza (MDB-PR), isso pode criar uma crise no setor. “Vale mais a pena importar o produto dos Estados Unidos e da Argentina do que trazer do Mato Grosso. Tabelar o frete é interferir em relações privadas”, disse.

Há pouco, o Broadcast Agro divulgou que a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) entra hoje no Supremo Tribunal Federal (STF) com Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) contra a tabela de preços mínimos do frete. Os detalhes da ação serão informados ainda hoje pela entidade. (AE)