O presidente da Associação Brasileira de Exportadores de Carne (Abiec), Antônio Jorge Camardelli, considerou a reabertura do mercado norte-americano de carne bovina in natura brasileira uma “notícia excelente”. “É preciso parabenizar a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, pelo trabalho. A missão americana chegou entre 7 e 8 de janeiro e foram feitas várias auditorias”, disse.

“O mercado norte-americano era um que conquistamos depois de muito tempo. Depois do embargo, o governo fez as modificações necessárias para a retomada”, afirmou sobre o fato de o país ter suspendido as compras no fim de junho de 2017 após constatar abscessos (em decorrência da vacina) na carne enviada para lá. A composição da vacina contra febre aftosa mudou depois do bloqueio. O Ministério da Agricultura retirou a saponina, substância apontada pela cadeia produtiva como a responsável pelo aparecimento de abscessos na carne. A dose da vacina foi reduzida.

Camardelli disse que ainda não há uma estimativa sobre a retomada do mercado e que o Brasil deve exportar matéria-prima para fazer hambúrguer.

Antes do embargo, as importações brasileiras de carne bovina in natura para os Estados Unidos não eram expressivas em volume. No entanto, o comércio com o país é considerado um selo de qualidade para o produto brasileiro. O aceno dos norte-americanos facilita, por exemplo, o acesso do Brasil ao Canadá e ao México. Em 2017, o Brasil vendeu 14 mil toneladas do produto para os norte-americanos, frente as 213 mil toneladas para a China, no mesmo período.

Segundo fontes do mercado, a estimativa é que, agora, com a reabertura, a exportação totalize cerca de 20 mil toneladas e US$ 80 milhões até o fim do ano. (AE)