A indústria de alimentos e bebidas espera vender 3% a 4% mais em 2021, descontada a inflação, segundo o presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), João Dornellas. “Essa previsão de crescimento real considera alta de 2,5% a 3,5% do PIB nacional”, disse Dornellas, durante apresentação virtual dos resultados do setor em 2020. No ano passado, em termos reais, as vendas do setor avançaram 3,3% em relação a 2019. A Abia pondera, contudo, que o crescimento será possível somente com a aprovação das reformas estruturais no País, como a reforma tributária.
Quanto à perspectiva de alta no preço final dos alimentos e bebidas, o executivo não descartou possibilidade de reajuste, mas disse considerar que no ano passado o custo foi maior. “Grandes movimentos de preço já ocorreram em 2020 quando as embalagens e as commodities agrícolas chegaram mais caras na indústria. Somente o custo das embalagens aumentou 50% no ano passado”, destacou Dornellas.
Para o ano, a Abia espera um aumento no consumo doméstico puxado pelo crescimento das vendas para restaurantes e bares e manutenção da forte demanda por alimentação dentro do lar. “É uma tendência que vemos desde 2020, com orçamento apertado as pessoas tendem a priorizar alimento. Mas também vemos uma recuperação do food service, para o qual projetamos alta de 30% nas vendas”, comentou a presidente do Conselho Diretor da ABIA, Grazielle Parenti, citando um eventual reflexo de uma nova rodada de auxílio emergencial sobre a demanda do setor. O faturamento da indústria alimentícia com exportações deve avançar de US$ 38,2 bilhões em 2020 para cerca de US$ 40 bilhões neste ano, previu Dornellas. (AE)