A queda de 0,5% observada pelo IBGE para o volume total de animais abatidos no segundo trimestre de 2016 em relação a 2015 tem como causa a queda da capacidade de absorção de carne pela demanda interna combinada à desvalorização do Dólar nos últimos meses. Com as margens estreitas, os frigoríficos tiraram o pé do acelerador ainda mais, em um movimento complementar ao que vimos no ano passado (paralisação e fechamento de plantas).
É importante observar, entretanto, o aumento de 7,0% relativo à produção de couros no mesmo período, o que pode indicar aumento do abate clandestino no último trimestre e deixa, nas contas da Agrifatto, o abate 6,85% maior no período em relação ao ano passado. Mesmo assim, a reação não será o suficiente para recuperar a perda com o volume de abates no acumulado do ano.
Assim sendo, a Agrifatto projeta o abate total do trimestre em 9,55 milhões de cabeças, que se somadas ao primeiro trimestre e projetadas até o fim de 2016, poderão completar 35,4 milhões de cabeças até o fim do ano, uma queda de 1,5% na comparação anual.
Em relação ao abate de fêmeas, o que se observa é uma participação de 41% nos abates totais do trimestre (entre vacas e novilhas), valor que veio em queda em relação ao ano passado. É o quarto ano consecutivo de queda da proporção de fêmeas abatidas para o segundo trimestre (abr-jun). Observe a tabela:
Evolução da proporção de fêmeas abatidas em relação ao total.
Esse movimento reforça novamente o incremento da capacidade de produzir bezerros, algo que deverá ser sentido sobre os preços do boi gordo nos próximos anos.