A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a Associação Catarinense de Avicultura (Acav) e o Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado de Santa Catarina (Sindicarne) ressaltaram, em nota na sexta-feira (08), que o abastecimento de alimentos e a preservação da saúde dos trabalhadores são prioridades indiscutíveis para os setores de aves e de suínos do estado.
Antes mesmo do início da adoção da quarentena em vários estados de todo o país, as agroindústrias do estado adotaram medidas preventivas necessárias para proteger e prevenir, ao máximo, o risco nas unidades de produção.
Essas medidas incluem o imediato afastamento de todos os colaboradores identificados como grupo de risco, a intensificação das ações de vigilância ativa nas unidades frigoríficas e monitoria da saúde dos trabalhadores (com a verificação constante de temperatura), ampliação da higienização nas fábricas, medidas contra aglomeração, entre outras.
“Preservar a produção de alimentos é fundamental para a paz social da população catarinense. Neste sentido, o eventual fechamento de unidades produtoras pode gerar problemas à comunidade e ao país, especialmente no quadro atual de quarentena determinado para o enfrentamento da epidemia de covid-19”, disseram.
O primeiro problema e mais óbvio é a falta de alimentos, continuaram as entidades. Unidades fechadas significam ausência de produtos em estoques e nas gôndolas. “Só há paz social se não houver falta de alimentos, e a suspensão da produção pode aproximar a sociedade do estado de caos. O segundo ponto é o impacto ambiental. Cada unidade frigorífica abate milhares de aves e suínos diariamente. Se não houver o abate, o único destino possível para esses animais é o aterro sanitário. Os impactos ambientais são graves. O pedido de suspensão da produção gera, portanto, um grande risco ambiental para todos.”
E finalizaram: “O fechamento de plantas, ao invés de proteger a população, aumenta o risco de exposição dos trabalhadores ao vírus. O ambiente frigorífico é reconhecido pelos diversos órgãos internacionais como um ambiente diferenciado, cujo processo rotineiro já considera medidas de higiene que previnem a transmissão de patógenos e, consequentemente, não é um ambiente propício à disseminação de vírus da covid-19. A manutenção da produção de alimentos é um dever e um direito que deve ser preservado pelos diversos entes públicos. Nesse debate, é fundamental que se prevaleça a racionalidade com base em fundamentos técnicos. Afinal, está em jogo também a segurança alimentar da população.” (CarneTec)