O Brasil colhe pelo menos duas safras agrícolas por ano e está prestes a colher sua terceira safra: a de carbono. A afirmação foi feita pelo presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Marcello Brito, em live promovida pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) com o tema “Como conciliar desenvolvimento e preservação ambiental”.
Brito criticou aqueles que veem o desenvolvimento do País pela política de “escassez”. “Em qualquer sociedade temos aqueles que veem o desenvolvimento pela escassez e aqueles que veem pela abundância”, disse. “Fazemos parte do grupo da abundância, porque não existe Estado que venceu pela escassez de recursos (ou seja, explorando ao máximo os recursos, sem renová-los e multiplicá-los), mas só pela abundância”, mencionou.
Neste contexto, o representante da Abag disse que o Brasil “é perfeito” para se desenvolver pela política de abundância. “Nosso desenvolvimento deve ser feito por meio do setor agroambiental; nós já produzimos duas safras em boa parte do Brasil, mas estamos próximos de produzir a terceira e mais importante safra, que é a de carbono”, disse. “E, quando esta safra for inserida, ganharemos mais importância ainda, lembrando por exemplo que, na China, 47% dos consumidores urbanos de 18 a 30 anos colocam a sustentabilidade como seu primeiro requisito para consumir.”
Assim, para Brito, como “potência agroambiental”, o Brasil tem condições de atender aos mais diversificados mercados mundiais. “Podemos atender aquelas sociedades que estão se desenvolvendo rapidamente e aumentam seu consumo de carne como aquelas outras, já desenvolvidas, que estão partindo por exemplo para o hambúrguer à base de vegetais”, disse. “Há países que estão entrando na carne e países que estão saindo da carne, e poderemos atender a todos eles, como potência agroambiental”, disse. (AE)