Gustavo Machado é consultor de mercado pela Agrifatto

 

A partir de 2010 a disponibilidade de bezerros diminuiu, o que fez subir a sua cotação e incentivou a cria, reduzindo a participação de fêmeas nos abates, retidas a partir de 2013.

E conseguimos ver através do gráfico 1 como a arroba do bezerro e valorizou 107% entre a mínima de ago/12 até alcançar os patamares mais altos ao final de 2015. Na esteira, o ágio da arroba do bezerro também se aqueceu neste período.

Em 2018, a participação de fêmeas nos abates ganhou fôlego, e espera-se que a sua proporção continue em alta em 2019, mantendo pressionado para cima o custo com a reposição.

Deste modo, além da expectativa de alta para o boi gordo, a arroba do bezerro também deve começar a buscar patamares gradualmente mais altos e atingir novas máximas nos próximos anos. E também deve ocorrer em maior intensidade quando comparada ao preço do animal terminado, prejudicando a troca.

É fato que a reposição ficou mais cara em 2018, e com a escalada do preço do milho, a pressão sobre o setor não deu trégua.

Entretanto, o ágio ainda se mantém abaixo da média para o período analisado, e considerando a perspectiva de menor oferta de bezerros, a troca se torna convidativa e deve ser cuidadosamente considerada, tendo em vista o longo-prazo do planejamento estratégico da atividade.