Gustavo Machado é consultor de mercado pela Agrifatto
Em fevereiro/18 as cotações do milho no mercado doméstico e internacional encontraram forte pressão positiva, entre alguns fatores, destaca-se neste período a confirmação da quebra da safra Argentina.
O indicador do milho elaborado pelo CEPEA valorizou-se 30% entre o início de fevereiro até a máxima registrada em 14 de março, enquanto que no mesmo período, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires reduziu as estimativas de produção em quase 13%.
Já nos últimos quatro relatórios a perspectiva manteve-se em 32 milhões de toneladas, que se confirmada, representará uma queda de 22% frente a produção de 41 milhões de toneladas da temporada anterior.
Apesar da atuação de outros fatores influenciando a precificação do cereal, a questão é que a partir do comprometimento da safra Argentina, os valores alcançaram equilíbrio de preços em patamares mais altos (gráfico 1).
A partir de março o indicador contou com suporte de preços em torno de R$ 39,00/saca, testados em dois momentos, nos dias 02 e 13 de abril.
Ou seja, o comprometimento da temporada Argentina já foi em boa medida precificada pelo mercado, com alteração do seu equilíbrio de preços.
A partir de agora até a primeira metade de maio a atenção se volta ao desenvolvimento da safrinha, já que neste período ocorre a polinização da cultura e a gradual consolidação do potencial produtivo das lavouras.
Por enquanto os preços de balcão seguem sustentados pela comercialização lenta. Destaca-se para isso o aumento do volume do milho verão já comercializado a partir de valores mais altos e a disputa de preços entre as duas pontas que travam as negociações.
Portanto, a safrinha brasileira entrando em período crítico e o início da nova temporada norte-americana serão os principais drivers para a precificação.
Ajustes mais expressivos para os preços internos deverão acontecer a partir de julho, com a oferta da 2º safra voltando o equilíbrio para patamares mais baixos, e possivelmente balizados em SP ao redor de R$ 36,00/saca.