A partir de quinta-feira, quase 21% do rebanho bovino e 47% do plantel de suínos estarão em regiões livres da febre aftosa sem vacinação, somando o já livre estado de Santa Catarina.
O Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, da sigla em inglês) reconhecerá oficialmente o Rio Grande do Sul, o Paraná, Acre, Rondônia e partes do Mato Grosso e Amazonas, uma conquista que levou anos, mas que ainda gera controvérsias.
Há mais de 60 anos o Brasil tenta erradicar a doença.
Apesar de se reconhecer que animais com essa habilitação conseguem reconhecimento em termos de valorização de suas carnes, especialmente em mercados exigentes, há dúvidas – inclusive de produtores – sobre a real capacidade fiscalizatória do Brasil.
Nas regiões que estão livres da aftosa sem vacinação fica proibido o trânsito de boi e suínos de estados e países sem o mesmo status.
Santa Catarina foi atendida pela OIE em 2007, com 4 milhões de bovinos e o maior parque suinocultor brasileiro. Nesse estado, a criação de porcos e a concentração de frigoríficos deixa o setor muito a frente da bovinocultura, muito incipiente. Como, por exemplo, no Paraná, que divide o mesmo modelo.
No Rio Grande do Sul, a pecuária bovina é tradicional, mas perdeu espaço para a soja, e a suinocultura também se expandiu. Nas demais regiões, apenas Rondônia tem significativo no mercado do boi.
As estimativas do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) apontam para novos 40 milhões de bois, vacas e bubalinos que estarão sob este aval.
Apenas três países estão totalmente livres da doença, Chile, Guiana e Peru. Iguais ao Brasil, com áreas livres, estão Argentina, Bolívia, Colômbia e Equador.
(Money Times)