Os países do Golfo vão exigir a partir de maio que uma nova norma seja seguida por exportações de produto halal, próprios para consumo de muçulmanos. Através da GCC Accreditation Center (GAC) e da Emirates Authority for Standardization and Metrology (Esma), a nova categoria J de certificação foi inserida entre os requisitos para armazéns e câmaras frias brasileiras por onde carnes bovina e de frango passarem após o abate.
Segundo Chaiboun Darwiche, CEO da Siil Halal, certificadora brasileira de produtos deste tipo, a regra certifica que não haja estocagem cruzada de produtos halal e não halal. “O tempo para se adequar à norma depende de cada armazém, temos que visitar e avaliar se tem salas preparadas para cada produto. Produto suíno, por exemplo, não pode ser armazenado no mesmo lugar”, apontou o executivo.
Nizar Ghandour, diretor do setor internacional da Federação das Associações Muçulmanas do Brasil (Fambras), outra certificadora halal brasileira, explica que as empresas que utilizam entrepostos vão precisar se habilitar. “Quem vai precisar, em geral, são empresas de porte maior”, explicou Ghandour, sobre companhias cuja produção muitas vezes excede o espaço próprio e precisam utilizar armazéns de terceiros.
As empresas explicam que até janeiro ainda não havia certificadoras no Brasil credenciadas na nova categoria, por isso o setor requisitou que a regra passasse a valer apenas a partir de maio. Ainda em fevereiro, tanto a Fambras quanto a Siil Halal receberam auditorias da GAC, que por ser parceira da Esma, habilita certificadoras para ambas as instituições. Agora, a Siil halal já está credenciada na categoria J e a Fambras deve ter seu processo concluído ainda em março.
Darwiche avalia que entre 20 a 30 armazéns devem precisar emitir o certificado halal para se adequar. “Já temos duas empresas em processo. Como é um negócio novo ainda, as empresas têm que ir atrás disso para estarem prontas”, declarou o CEO da Siil Halal. Ele lembrou, ainda, que a nova regra diz respeito especialmente a carne bovina e frango, mas que qualquer produto que sai do Brasil como halal tem que ser estocado de maneira separada de outros. (AGÊNCIA DE NOTÍCIAS BRASIL-ÁRABE)