Os preços ao produtor da China voltaram a registrar deflação em fevereiro uma vez que a epidemia de coronavírus freou a atividade econômica, levantando a perspectiva de mais estímulo mesmo que a inflação ao consumidor tenha permanecido elevada devido aos altos custos dos alimentos.

Pequim adotou uma série de medidas para aliviar o impacto da crise de saúde em meio aos temores de perdas de empregos, mas analistas não esperam que a inflação ao consumidor perto de máximas de oito anos seja um grande obstáculo para as autoridades.

O índice de preços ao produtor caiu 0,4% em fevereiro na comparação anual, mostraram nesta terça-feira dados da Agência Nacional de Estatísticas, uma vez que as fortes medidas de contenção devido ao vírus provocou interrupções no fluxo de produtos e pessoas.

Analistas esperavam queda de 0,3% sobre o ano anterior. Os preços haviam subido 0,1% em janeiro, após seis meses de quedas.

“Acho que a queda vai se aprofundar devido aos preços mais fracos do petróleo. O choque do Covid-19 e o colapso dos preços do petróleo ofuscaram o sentimento positivo de reabastecimento com a melhora das negociações comerciais entre EUA e China”, disse Tommy Xie, economista do OCBC Bank.

Já os preços ao consumidor subiram 5,2% em fevereiro sobre o ano anterior, em linha com as expectativas e perto da taxa de 5,4% de janeiro, quando chegou ao nível mais alto desde outubro de 2011.

Os preços dos alimentos saltaram 21,9%, liderados pela disparada de 135,2% da carne suína, enquanto os preços excluindo alimentos subiram 0,9%.

Entretanto, o núcleo da inflação, que exclui alimentos e energia, permaneceu benigno em 1,0%, ante 1,5% em janeiro. (Reuters)