As autoridades de políticas monetárias governamentais precisarão implementar medidas fiscais, monetárias e financeiras “substanciais” direcionadas para combater o impacto econômico do coronavírus que se espalha rapidamente, afirmou nesta segunda-feira a economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Gita Gopinath.

Em uma postagem no blog do site do FMI, Gopinath disse que suas principais recomendações envolvem colocar dinheiro diretamente nas mãos de famílias e empresas. Os amplos cortes nas taxas de juros poderão gerar confiança, mas serão eficazes para estimular a atividade apenas quando as condições dos negócios normalizarem, acrescentou.

“As famílias e empresas atingidas por interrupções no fornecimento e queda na demanda poderão ser direcionadas para receber transferências de dinheiro, subsídios salariais e isenção de impostos, ajudando as pessoas a atender às suas necessidades e as empresas a permanecerem à tona”, escreveu Gopinath.

A economista-chefe também disse que os bancos centrais deverão ficar prontos para fornecer ampla liquidez a bancos e empresas financeiras não bancárias, “particularmente àqueles que emprestam para pequenas e médias empresas, que podem estar menos preparados para suportar uma forte ruptura”.

Os governos também podem oferecer garantias de crédito temporárias e direcionadas para as necessidades de liquidez de curto prazo dessas empresas, e os reguladores e supervisores do mercado financeiro também podem incentivar, de forma temporária e com prazo determinado, extensões dos vencimentos dos empréstimos, disse.

Mais abaixo em sua lista há um estímulo monetário mais amplo, como cortes nas taxas e compras de ativos. Isso poderá aumentar a confiança e apoiar os mercados financeiros se houver um risco acentuado de um aperto considerável nas condições financeiras.

“O estímulo fiscal de base ampla, consistente com o espaço fiscal disponível, poderá ajudar a elevar a demanda agregada, mas provavelmente será mais eficaz quando as operações comerciais começarem a normalizar”, disse. (Reuters)