Milho
As exportações com o cereal voltaram a ganhar fôlego no início deste mês, de acordo com os números preliminares da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), o país embarcou 304 mil toneladas de milho nos primeiros 5 dias úteis de março/20.
O ritmo diário ficou registrado em 60,80 mil toneladas, avanço de 216% em relação ao mês anterior, quando as 19,20 mil toneladas por dia somaram 346 mil toneladas ao longo de fev/20 (ou seja, só no início deste mês, já foi enviado quase o mesmo volume do último mês completo).
Além disso, o desempenho também se mostra positivo quando comparado com o mesmo período do ano passado, avançando 39,8% na comparação anual (em março/19, o país embarcou 826 mil toneladas com média diária em 43,5 mil toneladas).
A valorização cambial pode ter sido fator a reaquecer os envios com o cereal, e se os embarques ganharem novo fôlego logo no começo deste ano, a pressão positiva sobre os preços também pode se ampliar.
Boi gordo
A Secex (Secretaria de Comércio Exterior) divulgou ontem (090/03) as exportações de carne bovina in natura até o 5° dia útil de março, que contabilizaram um volume de 28,43 mil toneladas e uma receita de US$ 127,60 milhões.
A média diária registrada ficou em 5,69 mil toneladas, baixa de 7,44% em relação à média de fevereiro/20 e desaceleração de 8,84% frente ao desempenho do mesmo período de 2019.
O valor médio por tonelada registrou-se em US$ 4.487.82, avanço de 0,42% em relação à média do mês anterior, e aumento de 20,66% quando comparado com o valor médio de março/19.
Projeções preliminares deste mês apontam para 115 e 125 mil toneladas enviadas até o final de março, um cálculo considerando o histórico dos últimos três meses e uma possível queda dos embarques no último período do mês.
Entretanto, se a média diária se preservar, é possível que um volume ainda maior seja alcançado.
Soja
As exportações com a soja também continuam aquecidas, logo no início deste mês foram embarcadas 2,45 milhões de toneladas do grão. O ritmo diário ficou em 489 mil toneladas, alta de 72,10% frente ao mês anterior.
Além disso, o ritmo também se mostra mais forte ante o mesmo período do ano passado, acelerando em 9,9% contra março/19 (quando 8,45 milhões de toneladas foram enviadas, com média diária em 445 mil toneladas).
Mas o destaque ontem ficou pela volatilidade causada com a nova crise do petróleo. O episódio aumenta a imprevisibilidade que já existia pelo surto do Coronavírus.
A queda do petróleo e o movimento de aversão ao risco derrubou em mais de 2,2% os futuros da soja ontem (09) em Chicago, com fechamento em US$ 8,63/bushel (março/20). E a busca pela proteção levou a disparada do dólar frente ao real, subindo 1,97% com fechamento em R$ 4,726.
Apesar da alta do câmbio, o recuo de Chicago pesou negativamente aos preços domésticos, com o último indicador do CEPEA recuando 0,27% para R$ 92,55/sc.
Volatilidade e imprevisibilidade são as máximas do mercado neste momento. O risco sobre commodities agrícolas fica para desaceleração adicional do crescimento mundial.