Após mais um dia de reações do mercado e de governos diante da propagação do coronavírus e seus possíveis impactos para a economia global, o Banco Central divulgou uma nota nesta terça, 3, enfatizando que “monitora atentamente os impactos do surto de coronavírus nas condições financeiras e na economia brasileira”. 

De acordo com a autoridade monetária, “à luz dos eventos recentes, o impacto sobre a economia brasileira proveniente da desaceleração global tende a dominar uma eventual deterioração nos preços de ativos financeiros”.

O BC avisou, no entanto, que vai avaliar nas próximas duas semanas os efeitos do surto na trajetória da inflação para decidir os rumos da taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 4,25% ao ano. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) ocorrerá nos dias 17 e 18 de março.

Na nota, o BC ainda citou o 15º parágrafo da última ata do Copom (de fevereiro), que dizia que: “o eventual prolongamento ou intensificação do surto implicaria em uma desaceleração adicional do crescimento global, com impactos sobre os preços das commodities e de importantes ativos financeiros. O Copom concluiu que a consequência desses efeitos para a condução da política monetária dependerá da magnitude relativa da desaceleração da economia global versus a reação dos ativos financeiros.”

Na última decisão do Copom, quando cortou a taxa Selic em 0,25 ponto porcentual, o colegiado informou “ver como adequada a interrupção do processo de flexibilização monetária”.

Entretanto, com o aprofundamento das incertezas em torno dos efeitos do surto de coronavírus nas últimas semanas, a maior parte do mercado passou a apostar em um novo corte na Selic neste mês. (Estadão Conteúdo)