O Tesouro Nacional projetou que a dívida bruta subirá a 77,9% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, contra 75,8% em 2019, conforme apresentação divulgada nesta quinta-feira.

A trajetória seguirá ascendente em 2021 (78,2% do PIB), 2022 (78,8%) e 2023 (79,4%), passando a cair a partir daí. Os cálculos, segundo o Tesouro, levam em conta a Selic em 4,25% ao longo de 2020, convergindo para 6,5% durante 2022, crescimento de médio prazo de 2,5% e inflação de 3,5%.

Segundo o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, esses números são conservadores e não consideram, por exemplo, qualquer devolução antecipada de recursos do BNDES à União, algo que o time econômico irá perseguir neste ano.

Em coletiva de imprensa, Mansueto afirmou ainda que, apenas considerando o que o banco de fomento ainda deve ao Tesouro, haveria uma redução de 2 pontos na dívida bruta sobre o PIB em caso de pagamento integral antecipado.

O secretário também ponderou que os cálculos do Tesouro não abarcam eventual venda de reservas internacionais pelo Banco Central, já que um movimento nesse sentido é de competência da autoridade monetária.

Em 2019, a dívida bruta recuou 0,7 ponto em relação ao PIB, primeira queda desde 2013, fundamentalmente ajudada pela venda de reservas internacionais (-2 pontos do PIB) e antecipação de pagamentos pelo BNDES (-1,4 ponto).

“Vamos conseguir estabilizar a dívida bruta e colocar numa trajetória de queda antes da dívida líquida, desafio é colocar as duas numa trajetória de queda”, disse Mansueto.

Ele apostou ainda que “não será impossível estabilizar e diminuir a dívida bruta neste governo”, em linha com declarações recentes em entrevista à Reuters. (Reuters)