O Brasil não é somente o maior exportador mundial de carne bovina. É também, atualmente, um dos poucos países fornecedores de proteína vermelha que pode exportar para o mundo “segurança alimentar”, pois segue livre das principais doenças em evidência no planeta – peste suína africana (PSA), gripe aviária e o novo coronavírus. Essa é a opinião do analista de proteína animal do Rabobank Brasil, Wagner Yanaguizawa, relatada em Podcast divulgado nesta terça-feira pelo banco de origem holandesa.
Segundo ele, sobre a PSA, a América do Sul e a América do Norte são hoje as únicas regiões do mundo onde não há nenhum caso de contaminação em rebanhos de porcos. E o Brasil, ressalta Yanaguizawa, é o país mais bem preparado atualmente para abastecer a forte demanda por proteínas de origem animal nos países afetados pelas doenças sanitárias e o coronarívus – sobretudo o mercado da China.
Na visão do analista, embora o coronavírus tenha freado momentaneamente o apetite do importador chinês, em breve, o gigante asiático voltará a participar fortemente do mercado comprador de proteína animal, tendo o Brasil como um dos principais protagonistas.
Yanaguizawa destaca ainda que, além de possuir oferta excedente de carnes e estar livre das doenças mencionadas acima, a indústria exportadora do Brasil tem a seu favor a taxa de câmbio – a desvalorização do real frente ao dólar deixou as commodities brasileiras altamente competitivas no mercado internacional.
No Podcast, o analista do Rabobank ainda fala dos benefícios gerados pelo forte avanço dos preços do boi gordo no ano passado. Para ele, a alta da arroba capitalizou melhor o pecuarista, que agora tende a investir mais na atividade, elevando a produtividade. Segundo ele, o pecuarista vai aumentar os investimentos em dieta (ração), vai melhorar o manejo das pastagens e os aportes em genética irão crescer. (DBO)