A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) projetou nesta quinta-feira, em evento de previsão de safra em Brasília, que o Brasil exportará 72 milhões de toneladas de soja e 40 milhões de toneladas de milho em 2020. Segundo diretor-geral da Anec, Sérgio Mendes, há uma série de “imprevisibilidades” no horizonte, como o coronavírus e a primeira fase do acordo entre Estados Unidos e China, mas, por enquanto, nenhuma dessas duas questões teve impacto sobre o ritmo de embarques ao exterior de soja.
“Há uma preocupação (com o coronavírus). Mas o desembarque é todo automatizado, não tem contato pessoal. As companhias de seguro estão recomendando que a tripulação não desça, e tem o controle chinês também”, afirmou Mendes.
O dólar em alta é “favorável” para gerar oportunidades de venda para o exportador, mas pode dificultar a compra de insumos da próxima safra, segundo Mendes. Para ele, oscilações muito fortes da moeda dificultam o planejamento do setor.
Sobre a primeira fase do acordo sino-americano, por ora não houve reflexo na demanda por soja brasileira. “Por enquanto, para nós, está tudo bem. Mas tem essas preocupações com coronavírus, peste suína, pode ter uma pressão maior dos norte-americanos em cima dos chineses para cumprimento de contratos.” Os embarques de soja do País ainda estão lentos, segundo Mendes, em virtude do atraso no plantio, que provocou atraso na colheita do País.
No caso do milho, ele ressaltou que as exportações do País devem ficar entre 30 milhões e 40 milhões de toneladas. O ritmo forte do ano passado – estimado pela Anec em torno de 41 milhões de toneladas – não deve se repetir para garantir o abastecimento interno, conforme Mendes. (AE)