Resumo da semana:

O mercado ganhou fôlego na primeira semana de fevereiro, resultado da necessidade de recomposição das escalas e do maior consumo esperado neste mês.

As revisões positivas da carcaça casada bovina colaboraram para o equilíbrio mais alto da cadeia pecuária. No atacado paulista, o boi casado foi negociado em torno de R$ 13,50/@, mas já demonstra resistência em alcançar valores mais altos.

No mercado spot, predomínio das negociações em R$ 200,00/@.

Alta pontual das escalas de abate, as indústrias paulistas encerraram a semana com média em 5 dias úteis – abaixo da média dos últimos 12 meses.

Por fim, a oferta de boiada gorda continua limitada, muitos pecuaristas continuam afastados das vendas pela expectativa de valores mais altos.

  1. Na tela da B3

Após as altas ao final de janeiro, os contratos futuros mostraram revisões mais comedidas na última semana, a movimentação foi predominantemente de estabilidade para os preços nos novos patamares alcançados.

Os contratos mais negociados (e suas altas acumuladas na semana): fevereiro (+0,56%), maio (+0,98%) e outubro/20 (1,16%).

O fato é que os preços começam a mostrar certa dificuldade em conseguir superar resistências gráficas, e nesta semana, o mercado continuará atento ao desempenho do físico para novos direcionamentos.

Apesar de altas mais comedidas, há oportunidades em bolsa: o contrato para maio/20 estima a arroba em R$ 200/@ – um período geralmente marcado pelo vale dos preços com indicações acima do contrato para fevereiro – que encerou a última semana em R$ 195,60/@.

  1. Enquanto isso, no atacado…

Com a chegada de fevereiro, o atacado paulista demonstrou certo ânimo nas cotações, a carcaça casada bovina encerrou a semana em R$ 13,59 – alta de 9,16% na comparação semanal.

Entretanto, existem dúvidas se o atacado mostrará fôlego em continuar a sua recente escalada dos preços.

Segundo o levantamento do Cepea/Esalq, o frango resfriado e a carcaça especial suína continuaram perdendo força na última semana, sendo negociados em R$ 4,34/kg e R$ 7,55/kg – acumulam queda de 2,91% e 2,33%, respectivamente.

spread (diferença de preços entre a carne bovina vendida no atacado e a arroba do boi gordo), continua positivo, encerrando a primeira semana de fevereiro em 2,57%.

  1. No mercado externo

As exportações de carne bovina in natura referentes aos 5 (cinco) primeiros dias úteis de fevereiro/20 contabilizaram um volume total de 33,71 mil toneladas e uma receita de US$ 159,69 milhões.

A média diária registrada ficou em 6,74 mil toneladas, alta de 26,79% em relação à média de janeiro/19, além de aumento de 16,83% frente ao desempenho do mesmo período de 2019.

O valor médio por tonelada registrou-se em US$ 4.736,22, queda de 3,79% em relação à média do mês anterior, e baixa de 4,70% quando comparado com o valor médio de janeiro/19.

Projeções preliminares deste mês apontam entre 118 e 125 mil toneladas enviadas até o final de fevereiro, um cálculo considerando o histórico dos últimos três meses e uma possível queda dos embarques no último período do mês. Entretanto, se a média diária se preservar, é possível que um volume ainda maior seja alcançado.

Por fim, destaque para as exportações com a soja, subindo 193% na comparação com janeiro/20, o país embarcou 992,8 mil toneladas do grão nos primeiros 5 dias úteis deste mês. Mas apesar do rápido avanço no início deste mês, o resultado parcial ainda fica 24,6% menor frente fevereiro/19.

  1. O destaque:

Com a chegada dos salários e volta as aulas na primeira semana de fevereiro, o boi casado no atacado paulista ganhou força, negociado em R$ 13,59/@ – alta de 9,16%.

Com uma melhora no consumo interno, as cotações do boi gordo no mercado spot também foram contagiadas, as negociações giram em torno de R$ 200,00/@ nas praças paulistas. O indicador Cepea/Esalq acumula alta de 2,41% – fechou a sexta-feira (07) em R$ 195,40/@.

As escalas de abate avançaram pontualmente, e encerraram a última semana com 5 dias úteis, demonstrando maior apetite da indústria em adquirir matéria-prima para recompor seus estoques.

  1. E o que está no radar?

Apesar do avanço nas programações de abate, a oferta de animais prontos ainda é limitada, com a melhora das chuvas alguns pecuaristas continuam afastados das vendas.

Além disso, preços mais elevados no atacado podem demonstrar resistência do consumidor, e desacelerar as cotações da arroba no curto prazo.

Fica no radar como será o escoamento de carne bovina no atacado nas próximas semanas e seu impacto sobre as cotações da arroba, principalmente, após a segunda quinzena do mês.

 

Um abraço e até a próxima semana!