(Reuters) – Donald Trump se tornou o terceiro presidente dos Estados Unidos a ter um impeachment aprovado pela Câmara dos Deputados, na noite de quarta-feira, ao ser formalmente acusado pela Casa de abuso de poder e obstrução do Congresso, em uma votação histórica que vai inflamar as tensões partidárias em um país profundamente dividido.

A aprovação de dois artigos de impeachment na Câmara, liderada pelos democratas, prepara o terreno para um julgamento no próximo mês no Senado, que é controlado pelos republicanos —um terreno mais amigável para Trump— sobre condená-lo e destituí-lo do cargo.

Nenhum presidente nos 243 anos de história dos Estados Unidos foi destituído do cargo por impeachment. Isso exigiria uma maioria de dois terços no Senado, que tem 100 membros, o que significa que pelo menos 20 republicanos teriam que se juntar aos democratas na votação contra Trump — e nenhum indicou que o fará.

O líder republicano no Senado, Mitch McConnell, disse que “não há chance” de a Casa remover Trump quando o presidente for julgado.

Trump, de 73 anos, é acusado de abusar de seu poder ao pressionar a Ucrânia a investigar o rival político Joe Biden, um dos principais candidatos à nomeação presidencial democrata em 2020, e também uma teoria desacreditada de que os democratas conspiraram com a Ucrânia para interferir nas eleições de 2016 nos EUA.