O Brasil tem todas as condições para se tornar um dos principais fornecedores de alimentos para o mundo. A avaliação é do presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, conforme nota da entidade divulgada na sexta-feira (22). O dirigente palestrou no Encontro Nacional da Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento (Abracen) e da Confederação Brasileira das Associações e Sindicatos de Comerciantes em Entrepostos de Abastecimento (Brastece), em Porto Alegre (RS), na semana passada.
Para Turra, os diferenciais do Brasil em relação aos outros países estão em questões climáticas, hídricas, de sustentabilidade e de sanidade. “Reunimos todas as condições para nos tornarmos ainda mais competitivos neste mercado, sobretudo diante da necessidade cada vez maior de segurança alimentar”, salientou. O ex-ministro da agricultura no governo FHC projetou o aumento da produção brasileira: “Em menos de dez anos, o país será responsável por 41% do cultivo mundial [de todas as culturas do agro], seguido da China, com 15%”.
O país conta com 851 milhões de hectares de área destinada ao agro, 66,3% são áreas preservadas. Dos 50,7% reservados às propriedades rurais, 9% são de lavouras e florestas plantadas e 13,2% de pastagens plantadas. “Há, evidentemente, uma preocupação com relação ao meio ambiente. A produção de aves e suínos, por exemplo, é feita predominantemente fora do bioma amazônico”, destacou o dirigente. Os números são superiores às médias da Ásia, África, Europa e América Central.
O clima e a qualidade da carne são dois dos principais diferenciais competitivos para o setor, segundo Turra. “A média de temperatura é um fato preponderante para o nosso país, tanto em relação ao custo de produção quanto para manutenção do status sanitário”, pontuou. O Brasil é, atualmente, o maior exportador de carne de frango do planeta – mais de 3,4 milhões de toneladas foram comercializadas somente em 2019.
Há, de acordo com o presidente da ABPA, uma forte tendência no aumento de exportações de ovos e carnes de frango e suína para a China. “O momento é propício para a proteína animal brasileira, em razão do grave problema de sanidade animal na China com a peste suína africana”, disse. (CarneTec)